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Embarque de suco no Brasil em compasso de espera

Setor aguarda testes realizados pelo órgão regulador norte-americano por conta do fungicida considerado ilegal naquele país

O Brasil exporta cerca de 170 mil toneladas por ano para os Estados Unidos (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2012 às 19h11.

São Paulo - Os embarques de suco de laranja do Brasil estão praticamente paralisados para os EUA, enquanto o setor aguarda o resultado dos testes realizados pelo órgão regulador norte-americano por conta do fungicida considerado ilegal naquele país, disse uma fonte ligada à indústria.

Ele não soube calcular qual o volume afetado pela decisão do FDA, mas ponderou que a carga não pode ser liberada enquanto os testes não forem concluídos.

A fonte reconheceu que a indústria brasileira assumiu o risco e manteve as vendas da commodity com traços do fungicida carbendazim, proibido naquele país desde 2009, por considerar que o produto segue os padrões de segurança recomendados pelo Codex Alimentarius, não apresentando ameaça à saúde.

Segundo ele, desde então o produto vem passando pela aduana norte-americana que nunca questionou a presença do produto nos embarques de suco que chega do Brasil com documentação indicando a presença do fungicida proibido nos EUA, mas nos níveis considerados seguros.

"Sabíamos (da proibição) de 2009, por decisão do órgão ambiental dos EUA, mas a alfândega nunca nos avisou... É uma zona cinzenta, o erro aí é de todo mundo", argumentou a fonte.

O Codex, da FAO (órgão para agricultura e alimentação das Nações Unidas) e da Organização Mundial de Saúde, estipula que o limite máximo de resíduos (LMR) deve ser de mil partes por bilhão (ppb). Nos Estados Unidos, os níveis encontrados no suco de laranja foram de 10 a 35 ppb, disse o FDA.

A indústria argumenta que os EUA são signatários do Codex Alimentarius e pondera que outros produtos, como banana, maçã e outras frutas, além da carne, podem conter a substância em diferentes níveis, e a proibição só se aplica aos cítricos.

"Não tem perigo para saúde... então não tem mais assunto na linha de contaminação ou de fechar comércio", argumentou a fonte. Ele acrescenta que se os EUA são signatários do Codex, tecnicamente não poderiam barrar o produto, como se teme.

Se a questão não for solucionada pelo Estados Unidos após a conclusão dos testes conduzidos pelo FDA, a fonte afirmou que a indústria pretende reforçar sua argumentação junto às autoridades de que o produto é usado dentro dos limites permitidos e não apresenta risco à saúde, por isso não se justificaria uma possível proibição ao produto brasileiro.

O Brasil exporta cerca de 170 mil toneladas por ano para os Estados Unidos, e grande parte desta carga é misturada ao suco produzido localmente antes de ser engarrafada e destinada ao consumo local.

Em 2011, o Brasil exportou 361,8 milhões de dólares, quase 40 por cento a mais do que no ano anterior, para os Estados Unidos entre suco de laranja congelado e não-congelado, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

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São Paulo - Os embarques de suco de laranja do Brasil estão praticamente paralisados para os EUA, enquanto o setor aguarda o resultado dos testes realizados pelo órgão regulador norte-americano por conta do fungicida considerado ilegal naquele país, disse uma fonte ligada à indústria.

Ele não soube calcular qual o volume afetado pela decisão do FDA, mas ponderou que a carga não pode ser liberada enquanto os testes não forem concluídos.

A fonte reconheceu que a indústria brasileira assumiu o risco e manteve as vendas da commodity com traços do fungicida carbendazim, proibido naquele país desde 2009, por considerar que o produto segue os padrões de segurança recomendados pelo Codex Alimentarius, não apresentando ameaça à saúde.

Segundo ele, desde então o produto vem passando pela aduana norte-americana que nunca questionou a presença do produto nos embarques de suco que chega do Brasil com documentação indicando a presença do fungicida proibido nos EUA, mas nos níveis considerados seguros.

"Sabíamos (da proibição) de 2009, por decisão do órgão ambiental dos EUA, mas a alfândega nunca nos avisou... É uma zona cinzenta, o erro aí é de todo mundo", argumentou a fonte.

O Codex, da FAO (órgão para agricultura e alimentação das Nações Unidas) e da Organização Mundial de Saúde, estipula que o limite máximo de resíduos (LMR) deve ser de mil partes por bilhão (ppb). Nos Estados Unidos, os níveis encontrados no suco de laranja foram de 10 a 35 ppb, disse o FDA.

A indústria argumenta que os EUA são signatários do Codex Alimentarius e pondera que outros produtos, como banana, maçã e outras frutas, além da carne, podem conter a substância em diferentes níveis, e a proibição só se aplica aos cítricos.

"Não tem perigo para saúde... então não tem mais assunto na linha de contaminação ou de fechar comércio", argumentou a fonte. Ele acrescenta que se os EUA são signatários do Codex, tecnicamente não poderiam barrar o produto, como se teme.

Se a questão não for solucionada pelo Estados Unidos após a conclusão dos testes conduzidos pelo FDA, a fonte afirmou que a indústria pretende reforçar sua argumentação junto às autoridades de que o produto é usado dentro dos limites permitidos e não apresenta risco à saúde, por isso não se justificaria uma possível proibição ao produto brasileiro.

O Brasil exporta cerca de 170 mil toneladas por ano para os Estados Unidos, e grande parte desta carga é misturada ao suco produzido localmente antes de ser engarrafada e destinada ao consumo local.

Em 2011, o Brasil exportou 361,8 milhões de dólares, quase 40 por cento a mais do que no ano anterior, para os Estados Unidos entre suco de laranja congelado e não-congelado, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

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