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Meirelles quer cortar subsídios e "bolsa empresário"

Em entrevista ao programa Bom dia Brasil, da rede Globo, o ministro da Fazenda disse que vai priorizar corte de despesa nas desonerações e subsídios

Henrique Meirelles: novo ministro da Fazenda disse que vai acabar com desonerações às empresas, chamadas por ele de "bolsa empresário". (Reprodução/TV Globo)

Luiza Calegari

Publicado em 16 de maio de 2016 às 18h33.

São Paulo - O novo ministro da Fazenda do governo interino de Michel Temer, Henrique Meirelles , afirmou em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da rede Globo, que não precisará mexer nos gastos dos programas sociais.

"Vamos mexer nos privilégios daqueles que não precisam", disse, citando as desonerações às empresas, que chamou de "bolsa empresário", subsídios e salários do governo federal.

A primeira medida de seu mandato será a apuração das contas do país. "Precisamos dizer a verdade e ser claros nas contas públicas. Primeiro, temos que mostrar o que está acontecendo. Fazer um trabalho bastante sério, como já estamos fazendo, de levantamento de dados, para, assim, com segurança e clareza, tomar as medidas necessárias".

O governo da presidente afastada Dilma Rousseff tinha pedido autorização ao Congresso para fechar as contas no negativo em R$ 96,6 bilhões neste ano, mas o rombo deve ser maior devido a gastos que ainda não foram computados.

O governo interino de Temer terá de apresentar uma proposta pedindo para aumentar o resultado negativo, mas a estimativa desse resultado ainda não foi feita, e era a isso que Meirelles se referia.

Aposentadoria e desemprego

Além disso, Meirelles disse que o governo está estudando uma proposta de idade mínima para aposentadoria.

Segundo o ministro, haverá um período e uma regra de transição da legislação atual. Ele afirmou que o assunto sempre foi estudado, mas que faltou "vontade política" dos governos anteriores para implantar a medida.

Questionado sobre o desemprego, o novo ministro afirmou que a forma de combater o desemprego é promovendo o crescimento econômico.

Para isso, segundo Meirelles, é preciso retomar a confiança do mercado, atraindo investimentos e a criando novos postos de trabalho. "Vamos fazer com que a economia volte a crescer e os empregos sejam retomados", afirmou.

Corte de gastos

"Em primeiro lugar, temos de controlar o crescimento das despesas públicas", afirmou Meirelles. "Estamos trabalhando num sistema de metas onde não haja crescimento real das despesas".

"O importante é que se estabeleça uma meta que seja realista, que seja cumprida, e depois sirva de base para a melhora das contas públicas, isto é, que as despesas passem a ser de fato cortadas".

O ministro ressaltou que, no primeiro momento, como alguns gastos já estão comprometidos (como as perdas na renegociação da dívida dos estados e o aumento de salários dos funcionários públicos), o importante é calcular o tamanho do rombo, para depois implantar medidas mais drásticas de cortes.

"Vamos tomar medidas duras, porém necessárias, para que a trajetória da dívida seja sustentável".

A tentativa de passar confiança ao mercado e a investidores também se traduziu na postura de Henrique Meirelles durante a entrevista, por meio de frases assertivas e tom de sobriedade.

Bancos públicos e CPMF

Meirelles disse que fará questão de nomeações técnicas para chefiar bancos públicos, sob a condição de que os candidatos passem por seu "crivo pessoal".

Uma das críticas feitas ao governo de Dilma era de que as nomeações para cargos públicos eram excessivamente políticas.

Sobre a recriação da CPMF, o novo ministro desconversou, afirmando que não vai "adotar uma medida precipitada antes de fazer uma análise da situação".

Enquanto os cálculos não são realizados, no entanto, a proposta de volta do imposto não será retirada do Congresso.

Texto atualizado às 9h15

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O governo da presidente afastada Dilma Rousseff tinha pedido autorização ao Congresso para fechar as contas no negativo em R$ 96,6 bilhões neste ano, mas o rombo deve ser maior devido a gastos que ainda não foram computados.

O governo interino de Temer terá de apresentar uma proposta pedindo para aumentar o resultado negativo, mas a estimativa desse resultado ainda não foi feita, e era a isso que Meirelles se referia.

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Segundo o ministro, haverá um período e uma regra de transição da legislação atual. Ele afirmou que o assunto sempre foi estudado, mas que faltou "vontade política" dos governos anteriores para implantar a medida.

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Para isso, segundo Meirelles, é preciso retomar a confiança do mercado, atraindo investimentos e a criando novos postos de trabalho. "Vamos fazer com que a economia volte a crescer e os empregos sejam retomados", afirmou.

Corte de gastos

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Sobre a recriação da CPMF, o novo ministro desconversou, afirmando que não vai "adotar uma medida precipitada antes de fazer uma análise da situação".

Enquanto os cálculos não são realizados, no entanto, a proposta de volta do imposto não será retirada do Congresso.

Texto atualizado às 9h15

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