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Em Davos, Argentina se diz comprometida com Mercosul

O governo argentino acredita que o Mercosul precisa ser renovado para enfrentar o novo cenário global

Os ministros descartaram a possibilidade de um distanciamento comercial com Brasil e China (Fabrice Coffrini/AFP)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 18 de janeiro de 2024 às 09h11.

Última atualização em 18 de janeiro de 2024 às 09h11.

A Argentina está comprometida com o Mercosul e espera que surjam boas notícias em 2024 nas negociações de um tratado comercial do bloco com a União Europeia. A afirmação foi feita nesta quarta-feira, 17, em uma conversa entre ministros argentinos e jornalistas estrangeiros, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Participaram da conversa o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, o chefe de gabinete da presidência, Nicolas Posse, e a chanceler, Diana Mondino. O evento seguiu as regras da Chatham House (centro de estudos britânico), ou seja, os jornalistas não poderiam atribuir diretamente as declarações aos autores.

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O governo argentino acredita que o Mercosul precisa ser renovado para enfrentar o novo cenário global. No entanto, não cogita deixá-lo, contrariando o que o presidente Javier Milei disse durante a campanha.

Distanciamento comercial com Brasil

Os ministros descartaram a possibilidade de um distanciamento comercial com Brasil e China, o que, segundo eles, seria um movimento "absurdo" dada a importância desses dois países no comércio bilateral. Eles salientaram que questões de comércio exterior devem ser gerenciadas pelo setor privado, e não pelo governo.

No lado financeiro, eles afastaram uma dolarização no curto prazo, embora isso continue nos planos. Antes disso, esperam estabilizar a economia por meio de cortes radicais de gastos públicos, desregulamentação de setores sob intervenção do Estado e recuperação da confiança dos investidores.

Inflação alta

A inflação deve continuar alta nos primeiros meses deste ano, mas a expectativa é que, com as reformas, no fim de 2024 ela esteja "na faixa de um dígito". Sobre a dificuldades de aprovação das reformas, eles ressaltaram que 55% das mudanças não necessitam da aprovação do Congresso. Além disso, apostam no crescimento da popularidade de Milei como fator de convencimento. As manifestações contra as reformas, segundo eles foram pequenas e movidas "por aqueles que temem perder seus privilégios".

A presença de Milei em Davos gerou curiosidade entre os participantes, mas esteve distante do interesse despertado por outros chefes de Estado. A palestra dele ontem foi recebida de maneira morna pelos participantes, que não chegaram a lotar o local. Milei encerrou sua fala com sua frase preferida: "Viva la libertad, carajo", arrancando algumas risadas.

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