Economia

Em 2001, crescimento real da economia foi de 1,42%

Estudo divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE mostra que a taxa de crescimento real da economia, em 2001, foi de 1,42%, alcançando R$ 1,2 trilhão em valores correntes. Outros resultados da pesquisa foram: a queda da massa de rendimentos fez consumo real das famílias crescer apenas 0,7%; reduz-se a taxa de investimento das empresas não-financeiras; o […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h47.

Estudo divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE mostra que a taxa de crescimento real da economia, em 2001, foi de 1,42%, alcançando R$ 1,2 trilhão em valores correntes. Outros resultados da pesquisa foram: a queda da massa de rendimentos fez consumo real das famílias crescer apenas 0,7%; reduz-se a taxa de investimento das empresas não-financeiras; o resultado do balanço de pagamentos foi o mais favorável no período 1994 2001; a entrada de dólares em 2001 se deu mais por investimentos diretos que em carteira; a carga tributária cresce reduzindo a necessidade de financiamento do governo.

A economia brasileira encerrou o ano de 2001 com crescimento real do PIB de 1,42%, alcançando, em valores correntes, a cifra de R$ 1,2 trilhão. Este resultado refletiu, pela ótica da produção, o crescimento de 5,71% na agropecuária; de 1,86% nos serviços e 0,31% na Indústria.

Pela ótica dos setores institucionais, destaca-se o aumento da participação das empresas financeiras no PIB passando de 5,18%, em 2000, para 6,23%, em 2001, como conseqüência do crescimento com os ganhos da intermediação financeira, fazendo com que sua poupança atingisse R$ 20,5 bilhões, em 2001, contra os R$ 7,5 bilhões registrados, em 2000. Esse resultado foi influenciado pelo aumento do spread e pela desvalorização cambial, uma vez que as instituições financeiras aumentaram suas posições em títulos indexados ao câmbio de 22,3% em dezembro de 2000 para 28,6% em dezembro de 2001.

A economia Nacional apresentou uma necessidade de financiamento de R$ 54,5 bilhões recorrendo, mais uma vez, a financiamento externo para cobrir esse hiato de recursos. No ano de 2000 este montante foi de R$ 46,7 bilhões.

A despesa de consumo das famílias cresceu, em 2001, 8,4% em termos nominais e 0,70% em termos reais, em relação ao ano anterior. O reduzido crescimento do consumo das famílias é resultado combinado da política monetária restritiva, que elevou suas despesas financeiras, e do comportamento da renda do trabalho e do nível de emprego. A massa de rendimentos apresentou queda, segundo as contas nacionais, de (-) 0,72% em termos reais. Tal comportamento foi resultado da redução do número de pessoas ocupadas (-1,12%) e da relativa estabilidade do rendimento real médio (0,40%).

No que se refere à formação bruta de capital fixo, este agregado apresentou um crescimento real de 1,06%, bem menor que o aumento de 4,46% registrado em 2000. A taxa de investimento das empresas não-financeiras caiu de 26,55%, em 2000, para 25,83%, em 2001 reduzindo sua contribuição para a totalidade dos investimentos de 61,88% para 60,03% .

Em relação ao balanço de pagamentos, o resultado do ano de 2001 foi mais favorável dos últimos anos. A principal razão dessa melhora foi o registro de superávit na balança comercial, fato que não ocorria desde 1994, alcançando o valor de aproximadamente US$ 2 bilhões. As Exportações de Bens e Serviços cresceram 11,24%, contribuindo para o crescimento do PIB em 2001, enquanto as Importações, apresentaram variação de 1,21% contra os 11,63% apresentados em 2000.

O déficit nas transações correntes atingiu a cifra de US$ 21,4 bilhões, em 2001, contra US$ 25,4 bilhões, em 1999, e US$ 24,7 bilhões, em 2000.

No ano de 2001, os investimentos diretos mantiveram-se como principal fonte de entrada de dólares, contribuindo com cerca de US$ 20,2 bilhões para o financiamento do déficit em transações correntes. Por outro lado, o cenário externo instável fez os investimentos em carteira caírem para aproximadamente US$1 bilhão, contra US$ 7 bilhões, em 2000. As amortizações de médio e de longo prazo foram da ordem de US$ 31,2 bilhões e o resultado do balanço de pagamentos foi positivo em US$ 4,4 bilhões.

A carga tributária atingiu 33,4% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2001, contra os 31,6% alcançados em 2000, contribuindo para a redução da poupança negativa do governo, que passou de (-) R$ 29,2 bilhões de reais, em 2000, para (-) R$ 21,6 bilhões, em 2001.

O superávit primário do governo de R$ 35,1 bilhões, equivalente a 2,9% do PIB, em 2001, foi superior em R$ 11,7 bilhões ao alcançado em 2000. O crescimento do superávit primário foi, em parte, consumido pelo aumento da despesa líquida de juros do governo que alcançou, em 2001, o valor de R$ 79,3 bilhões, equivalente a 6,6% do PIB. O aumento de R$ 8,1 bilhões da despesa líquida com juros deveu-se ao comportamento ascendente das taxas de câmbio e de juros. Assim, a necessidade de financiamento do Governo, como percentual do Produto Interno Bruto, foi de 3,7%, em 2001, equivalente a R$ 44,2 bilhões, valor inferior em R$ 3,6 bilhões ao registrado no ano anterior (R$ 47,8 bilhões).

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