Economia

Edifícios mais resistentes à fúria do clima fazem bem à economia

Pesquisa revela que cada US$ 1 investido para tornar as construções mais resistentes evita a perda de US$ 6 em danos materiais e tratamentos hospitalares

Incêndio que consumiu centenas de casas na Califórnia em outubro de 2017. (Elijah Nouvelage / Stringer/Reuters)

Incêndio que consumiu centenas de casas na Califórnia em outubro de 2017. (Elijah Nouvelage / Stringer/Reuters)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 15h22.

São Paulo - Não importa onde são erguidos, edifícios sempre estão sujeitos a uma grande variedade de fenômenos naturais, como tempestades, terremotos, furacões e enchentes. Em tempos de mudanças climáticas e aumento de desastres naturais, a resistência de uma construção pode ser determinante no saldo de  vítimas fatais e perdas materiais.

De acordo com um novo estudo, a cada dólar investido para tornar prédios e casas mais resistentes às intempéries do clima, US$ 6 são economizados em danos ao imóvel, interrupção de negócios e tratamentos médicos decorrentes de um desastre.

O estudo "Natural Hazard Mitigation Saves" foi encomendado pelo Instituto Nacional de Ciências do Edifício (NIBS), nos Estados Unidos, e realizado pela Universidade do Colorado Boulder em parceria com a consultoria Porter SPA Risk LLC.

A equipe de pesquisadores calculou o quanto o governo americano gastou em medidas de mitigação às mudanças climáticas aplicadas a construções nos últimos 23 anos e, em seguida, fez uma avaliação probabilística de risco para calcular a quantia em dólar que a investida evitou ou evitará.

Eles consideraram perdas de propriedade e negócios provocadas por terremotos, inundações de rios, incêndios que começam na floresta e afetam as cidades, um problema crescente no Colorado e na Califórnia, e a onda de tempestades destrutivas, como Harvey  e Sandy. O estudo também incluiu custos menos óbvios, como o tratamento do transtorno de estresse pós-traumático, gastos com internações em hospitais e equipes de resgate.

Ao todo,  os investimentos são suficientes para prevenir 600 mortes, 1 milhão de feridos e 4.000 casos de transtorno de estresse pós-traumático ao longo dos próximos 75 anos. Em termos financeiros, os US$ 27,4 bilhões que o governo americano investiu no último quarto de século vão gerar uma economia de US$ 157,9 bilhões.

Os pesquisadores notaram, ainda, que em algumas áreas do país, o retorno pode ser ainda maior. "Existem municípios na Califórnia, onde faz sentido econômico construir edifícios três vezes mais fortes e rígidos que o código de construção requer e a relação de custo de benefício pode atingir 8  para 1", diz o estudo.

Acompanhe tudo sobre:Construção civilDesastres naturaisMudanças climáticas

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor