E-commerce: a previsão da Ebit é de que o tíquete médio-- valor das compras-- aumente 8% em 2017, para 452 reais (.)
Reuters
Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 21h52.
São Paulo - O crescimento das receitas do comércio eletrônico no Brasil deve acelerar em 2017, particularmente a partir do segundo semestre, após apresentar em 2016 a taxa de crescimento mais baixa dos últimos 15 anos, disse a empresa de informações sobre o varejo eletrônico no país Ebit.
O faturamento do e-commerce deve registrar um crescimento nominal de 12 por cento em 2017, para 49,7 bilhões de reais, mostrou o relatório Webshoppers da Ebit divulgado nesta quinta-feira.
Em 2016, o faturamento do comércio eletrônico totalizou 44,4 bilhões de reais, alta nominal de 7,4 por cento em relação a 2015 - menor elevação apurada desde o início da série histórica da pesquisa iniciada em 2001.
Um dos principais fatores para a previsão do crescimento do e-commerce em 2017 é a contínua entrada de novos consumidores no mercado, com migração dos clientes de lojas físicas para o ambiente virtual, disse o presidente da Ebit, Pedro Guasti, à Reuters.
A consultoria prevê que a fatia da participação do comércio eletrônico nas vendas totais do varejo brasileiro aumente para 4,3 por cento em 2017 ante 3,8 por cento em 2016.
As vendas online este ano também devem ser favorecidas por um cenário macroeconômico mais positivo, com a inflação mais controlada, disse Guasti.
"O primeiro e o segundo trimestres ainda devem ser fracos, mas no terceiro e no quarto trimestres o varejo deve começar a reagir e o e-commerce pega carona nisso", disse Guasti.
Guasti atribuiu o resultado mais fraco de 2016 ao desempenho da economia brasileira, que seguiu em recessão, mas destacou que o segmento ainda mostrou resiliência quando comparado com o varejo como um todo. O faturamento do comércio varejista ampliado recuou, em termos nominais, 0,7 por cento no ano passado ante 2015, de acordo com o IBGE.
A previsão da Ebit é de que o tíquete médio-- valor das compras-- aumente 8 por cento em 2017, para 452 reais, enquanto o volume de pedidos deve aumentar 3,5 por cento, para 110 milhões. No ano passado, o tíquete subiu 8 por cento na comparação anual e número de pedidos ficou praticamente estável.
Por trás do aumento do tíquete também está o fato de muitas lojas estarem diminuindo a oferta de frete grátis, o que faz com que o custo do frete seja embutido no tíquete médio, disse Guasti.
O ano de 2016 encerrou com 47,93 milhões de consumidores ativos no comércio eletrônico, ante 39,14 milhões em 2015.
A renda familiar média daqueles que utilizam o comércio eletrônico aumentou de 4.761 reais em 2015 para 5.142 reais em 2016, em parte porque caiu o consumo das famílias com renda mais baixa devido à crise.
A Ebit prevê alta de 41 por cento nas compras por meio de dispositivos móveis em 2017, elevando a participação dos meiosmóveis a 32 por cento das transações online.
No ano passado, as vendas via smartphones e tablets concentraram 21,5 por cento das transações ante 12 por cento em 2015. A parcela restante, de 78,5 por cento, foi realizada por meio de computadores/notebooks.