Economia

Dólar fecha a R$ 3,185, maior alta do ano

O dólar comercial encerrou o dia com a maior alta do ano: 5,64%, cotado em 3,185 reais. O mercado de câmbio teve dia tenso, estimulado pelas declarações do diretor do Tesouro Nacional dos Estados Unidos, feitas ontem (28/07). Paul ONeill afirmou que não haverá um pacote de ajuda ao Brasil durante sua visita ao país, […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h01.

O dólar comercial encerrou o dia com a maior alta do ano: 5,64%, cotado em 3,185 reais.

O mercado de câmbio teve dia tenso, estimulado pelas declarações do diretor do Tesouro Nacional dos Estados Unidos, feitas ontem (28/07). Paul ONeill afirmou que não haverá um pacote de ajuda ao Brasil durante sua visita ao país, marcada para o início de agosto. O Neil disse que o Brasil precisa "pôr em prática políticas (econômicas) que assegurem que o dinheiro que recebem seja bem aproveitado, e não apenas saia do país direto para uma conta na Suíça".

A afirmação de ONeill agravou o nervosismo do mercado, que há dias espera por uma confirmação de apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a transição político-econômica que deve acontecer nos próximos meses.

O Banco Central tentou intervir na cotação da moeda americana, mas as três tentativas foram frustradas.

Na semana passada, FHC afirmou, em visita ao Equador, que o Brasil não negocia valores com FMI. Na sexta-feira, FHC disse que o Brasil deve avaliar nesta semana se vai recorrer ao FMI. Ele reafirmou que o país mantém contatos com o FMI, mas voltou a negar que haja uma negociação formal em curso para o desembolso de novos recursos. "Negociações existem e haverá que se levar adiante. Agora, não se faz uma negociação dessas assim, de repente, sem mais. No curso dessa próxima semana, espero que possamos ter mais calma para ver realmente do que precisamos", afirmou FHC.

As declarações do ministro da Fazenda Pedro Malan também não surtiram efeito. Malan afirmou que o Brasil "terá ajuda de organismos multilaterais de crédito", e disse que o apoio "não será expresso somente em palavras".

O mercado aguarda para a próxima quarta-feira (30/07) o fim do prazo estipulado pelo Banco Central para vender dólares diariamente na tentativa de conter a alta da moeda americana. O governo ainda não informou se vai manter esse tipo de intervenção para segurar a desvalorização do real. Desde a primeira semana de julho, o BC vendeu 50 milhões de dólares diários ao mercado de câmbio, totalizando, até a última sexta-feira, 1,35 bilhões. Para esta terça-feira, está previsto o leilão de 300 mil NTN-C, com vencimento em abril de 2008, e de até 300 mil NTN-C, vencendo em julho de 2017, e só será aceito dinheiro como pagamento.

Bovespa

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), depois de alcançar alta de quase 5%, se descolou da euforia das bolsas americanas e fechou em leve alta de 0,25% na mínima de 9.240 pontos.

O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, avançou 5,4%. Já o Nasdaq, que reúne as ações do setor de tecnologia, teve alta de 5,7%.

Política

Na área política, a CNT/Sensus cancelou a divulgação de uma pesquisa nesta segunda-feira. A divulgação foi cancelada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em resposta a um pedido da coligação PMDB-PSDB. No último levantamento da CNT/Sensus, Lula (PT) tinha 36%, Serra (PSDB), 21%, Ciro (PPS), 14%, e Garotinho (PSB), 13%. O levantamento da CNT também avalia a popularidade do presidente FHC.

Segundo o BBV, o vice-procurador eleitoral Paulo da Rocha Campos entregou parecer ao TSE defendendo a suspensão da divulgação da pesquisa CNT/Sensus, feita entre 22 e 25 de julho. O pedido de suspensão foi feito pelo candidato José Serra (PSDB). Para Campos, há probabilidade de que o eleitor tenha sido influenciado pela avaliação dos governantes, uma vez que os pesquisados foram questionados inicialmente sobre o desempenho dos chefes do Executivo municipal, estadual e federal para, depois, revelarem sua intenção de voto para presidente.

Na terça, porém, está prevista a divulgação de mais um levantamento do Ibope, encomendada pela TV Globo. O Instituto Toledo & Associados, contratado pela Três Editorial/Revista IstoÉ, fez levantamento de quinta passada até domingo (28), e o DataFolha fará levantamento no dia 30. As três pesquisas poderão ter divulgação a partir do dia 30.

Estados Unidos

No cenário internacional, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos votou no sábado uma proposta que dará ao presidente norte-americano, George W. Bush, poder de negociar amplos acordos comerciais. A iniciativa é um passo a mais na direção de devolver à Casa Branca, após oito anos, tais poderes.

A Câmara aprovou com pequena diferença de votos, 215 a favor e 212 contra, a chamada "trade promotion authority" -- TPA -- (autoridade de promover o comércio). Apenas 25 Democratas votaram a favor do projeto de lei.

O Senado, que tem alguns dias a mais que a Câmara para se posicionar sobre a lei, deve levá-la a votação na próxima semana e depois enviá-la a Bush para formalização como lei.

O pacote de medidas é essencial para a atual agenda de comércio da Casa Branca, que pretende expandir a comercialização de produtos e serviços norte-americanos para o exterior. Isso inclui a finalização da zona de livre comércio das Américas até janeiro de 2005.

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