O dólar comercial encerrou o pregão desta segunda-feira cotado a 3,35 reais para a venda, o valor de fechamento mais baixo desde setembro do ano passado. A queda foi de 2,6% na comparação com o fechamento de sexta-feira. Somente nos três primeiros pregões do ano, o dólar já acumula queda de 5,64% frente ao real. O risco Brasil despencou mais de 7%, voltando ao patamar de 1.200 pontos pela primeira vez desde junho.

O otimismo dos investidores em relação ao novo governo e notícias de captações de recursos externos por parte de bancos foram os responsáveis pelo recuo da moeda americana. Apesar do bom humor, porém, o mercado ainda se mantém cauteloso devido à possibilidade de conflito entre os Estados Unidos e o Iraque.

"O mercado está bastante otimista. Há entradas de recursos e notícias de captações de bancos, como o Bradesco. Isso aumenta a oferta de dólares no mercado e, aliado a um discurso conservador do novo governo, acaba se tornando um círculo virtuoso", disse à Reuters Marco Antônio Azevedo, gerente de câmbio do Banco Brascan no Rio de Janeiro.

O Bradesco, maior banco privado do país, deve fechar nesta terça-feira sua primeira captação externa do ano. A expectativa é de que a colocação dos eurobônus alcance ao menos o dobro dos 50 milhões de dólares inicialmente ofertados.

"Isso é apenas uma correção (do mercado). Eu acredito que a tendência deve continuar a ser de queda, mas a cautela em relação a uma guerra lá fora ainda continua", afirmou Azevedo.