Dólar esfria o mercado de apartamentos de Miami
Antes, compradores lotavam escritórios em busca de apartamentos de luxo em Miami. Agora, o dólar reduziu o movimento para um quarto do que era antes
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2015 às 16h52.
O escritório de vendas de apartamentos do Brickell City Centre de Miami atraía mais de cem visitantes por dia no ano passado.
Os potenciais compradores lotavam o lugar e tiravam selfies ao lado de um modelo a escala do projeto de US$ 1 bilhão.
Agora, o fluxo de pessoas se reduziu a cerca de um quarto do que era antes.
“Os compradores estão fazendo bons questionamentos” em vez de fecharem acordos às pressas, disse Stephen Owens, presidente da unidade americana da Swire Properties Ltd., a desenvolvedora, com sede em Hong Kong, do complexo de apartamentos, hotéis, escritórios e shoppings de 3,6 hectares. “Há dois anos, eles só perguntavam onde tinham que assinar”.
O boom de apartamentos de luxo no centro de Miami – alimentado por compradores da América Latina e da Europa dispostos a pagar por adiantado metade do preço de compra – está se tornando vítima da valorização do dólar que vem acontecendo há um ano.
O menor poder aquisitivo e a alta dos preços estão contendo os investidores estrangeiros que respondem pela maior parte das vendas nas torres novas, esfriando o mercado desenfreado.
Em resposta, os desenvolvedores estão adiando projetos, reduzindo os requisitos de entrada e se concentrando nos americanos.
“Houve uma mudança muito forte no dólar no ano passado – a moeda empurrou países inteiros para fora do mercado”, disse Kevin Maloney, fundador e diretor da Property Markets Group, que está desenvolvendo a Echo Brickell, uma luxuosa torre de 57 andares que terá um tanque com tubarões no lobby.
“No setor imobiliário, olhamos ao nosso redor e nos perguntamos quem é o nosso comprador”, disse ele. “Agora serão alocados mais dólares no setor doméstico dos Estados Unidos”.
Uma torre
Os desenvolvedores começaram as obras de mais de 7.600 unidades novas de apartamentos desde 2011, quando a construção recomeçou depois do último colapso, segundo um relatório da Autoridade de Desenvolvimento do Centro de Miami, cuja publicação está agendada para a semana que vem.
Depois de terem iniciado a construção de dezesseis grandes torres no centro em 2014, os construtores só começaram a construir uma neste ano. As vendas de apartamentos novos desaceleraram e os preços se achataram no primeiro trimestre, mostrou o relatório.
Mais de 3.000 unidades de apartamentos cuja construção está planejada correm risco de serem adiadas, disse Anthony Graziano, diretor administrativo sênior da Integra Realty Resources Inc., que preparou o relatório.
Ele estima que os compradores estrangeiros respondam por até 95 por cento do mercado de apartamentos novos no centro de Miami.
O sul da Flórida tinha uma maior proporção de compradores internacionais de casas do que qualquer outro mercado nos EUA no ano passado, liderada por adquirentes da Venezuela, da Argentina e do Brasil, segundo uma pesquisa publicada em abril pela Associação de Corretores de Imóveis de Miami.
Esses países, junto com a Rússia e partes da Europa, sofreram a desvalorização de suas moedas frente ao dólar em meio a agitações políticas e econômicas.
‘Verdadeiros desenvolvedores’
A Related Group of Florida, a maior desenvolvedora de apartamentos do estado, está esperando para começar as vendas do seu projeto Auberge Brickell até concretar suficientes contratos para o Gran Paraiso, a última parte de um projeto de quatro torres à beira-mar, disse Carlos Rosso, presidente da divisão de apartamentos da companhia.
A desaceleração das vendas resultante da ascensão do dólar “vai separar os verdadeiros desenvolvedores, que podem esperar 20 ou 25 meses pelo marketing e pelas pré-vendas, daqueles que na verdade são desenvolvedores picaretas”, disse ele.
Rosso não espera que se repita o colapso da última década, que deixou milhares de unidades vazias quando os especuladores se retiraram dos acordos, o que fez com que os valores das casas na área de Miami caíssem pela metade antes de chegarem ao fundo do poço em 2011.
“Todos estão olhando para Miami e se perguntando quando algo ruim vai acontecer”, disse Rosso. “E eu digo que esse mercado é diferente. Não haverá a explosão de uma bolha”.
O escritório de vendas de apartamentos do Brickell City Centre de Miami atraía mais de cem visitantes por dia no ano passado.
Os potenciais compradores lotavam o lugar e tiravam selfies ao lado de um modelo a escala do projeto de US$ 1 bilhão.
Agora, o fluxo de pessoas se reduziu a cerca de um quarto do que era antes.
“Os compradores estão fazendo bons questionamentos” em vez de fecharem acordos às pressas, disse Stephen Owens, presidente da unidade americana da Swire Properties Ltd., a desenvolvedora, com sede em Hong Kong, do complexo de apartamentos, hotéis, escritórios e shoppings de 3,6 hectares. “Há dois anos, eles só perguntavam onde tinham que assinar”.
O boom de apartamentos de luxo no centro de Miami – alimentado por compradores da América Latina e da Europa dispostos a pagar por adiantado metade do preço de compra – está se tornando vítima da valorização do dólar que vem acontecendo há um ano.
O menor poder aquisitivo e a alta dos preços estão contendo os investidores estrangeiros que respondem pela maior parte das vendas nas torres novas, esfriando o mercado desenfreado.
Em resposta, os desenvolvedores estão adiando projetos, reduzindo os requisitos de entrada e se concentrando nos americanos.
“Houve uma mudança muito forte no dólar no ano passado – a moeda empurrou países inteiros para fora do mercado”, disse Kevin Maloney, fundador e diretor da Property Markets Group, que está desenvolvendo a Echo Brickell, uma luxuosa torre de 57 andares que terá um tanque com tubarões no lobby.
“No setor imobiliário, olhamos ao nosso redor e nos perguntamos quem é o nosso comprador”, disse ele. “Agora serão alocados mais dólares no setor doméstico dos Estados Unidos”.
Uma torre
Os desenvolvedores começaram as obras de mais de 7.600 unidades novas de apartamentos desde 2011, quando a construção recomeçou depois do último colapso, segundo um relatório da Autoridade de Desenvolvimento do Centro de Miami, cuja publicação está agendada para a semana que vem.
Depois de terem iniciado a construção de dezesseis grandes torres no centro em 2014, os construtores só começaram a construir uma neste ano. As vendas de apartamentos novos desaceleraram e os preços se achataram no primeiro trimestre, mostrou o relatório.
Mais de 3.000 unidades de apartamentos cuja construção está planejada correm risco de serem adiadas, disse Anthony Graziano, diretor administrativo sênior da Integra Realty Resources Inc., que preparou o relatório.
Ele estima que os compradores estrangeiros respondam por até 95 por cento do mercado de apartamentos novos no centro de Miami.
O sul da Flórida tinha uma maior proporção de compradores internacionais de casas do que qualquer outro mercado nos EUA no ano passado, liderada por adquirentes da Venezuela, da Argentina e do Brasil, segundo uma pesquisa publicada em abril pela Associação de Corretores de Imóveis de Miami.
Esses países, junto com a Rússia e partes da Europa, sofreram a desvalorização de suas moedas frente ao dólar em meio a agitações políticas e econômicas.
‘Verdadeiros desenvolvedores’
A Related Group of Florida, a maior desenvolvedora de apartamentos do estado, está esperando para começar as vendas do seu projeto Auberge Brickell até concretar suficientes contratos para o Gran Paraiso, a última parte de um projeto de quatro torres à beira-mar, disse Carlos Rosso, presidente da divisão de apartamentos da companhia.
A desaceleração das vendas resultante da ascensão do dólar “vai separar os verdadeiros desenvolvedores, que podem esperar 20 ou 25 meses pelo marketing e pelas pré-vendas, daqueles que na verdade são desenvolvedores picaretas”, disse ele.
Rosso não espera que se repita o colapso da última década, que deixou milhares de unidades vazias quando os especuladores se retiraram dos acordos, o que fez com que os valores das casas na área de Miami caíssem pela metade antes de chegarem ao fundo do poço em 2011.
“Todos estão olhando para Miami e se perguntando quando algo ruim vai acontecer”, disse Rosso. “E eu digo que esse mercado é diferente. Não haverá a explosão de uma bolha”.