O bom desempenho das vendas no primeiro trimestre levou a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave, que representa as revendedoras do setor) a elevar suas expectativas para este ano. Em janeiro, a federação estimava que as vendas de veículos leves e comerciais cresceriam 8,75% neste ano. Depois dos dados de março, a nova projeção é de um aumento de 9,5%.

Segundo o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, a expansão das vendas será puxada pela estabilidade econômica deste ano, que deverá superar tanto as turbulências eleitorais quanto a crise política que paralisa o governo desde junho do ano passado. "O consumidor sabe que não sofrerá solavancos", afirma. Assim, fica mais confiante para financiar a compra de seu automóvel.

Outro fator que continuará sustentando as vendas, neste ano, será a produção de carros bicombustíveis - conhecidos como flex. De acordo com Reze, esses veículos também são um estímulo para o consumidor, já que sua capacidade de funcionar com álcool ou gasolina permite que seus proprietários atenuem eventuais aumentos do preço dos combustíveis.

Trimestre

Segundo a Fenabrave, os três primeiros meses do ano acumularam vendas de 395 356 unidades, entre veículos de passeio e comerciais leves. O volume é 13,48% maior que as 348 403 unidades do mesmo período de 2005. Somente os carros de passeio representaram 335 736 vendas, uma expansão de 14,58%.

No total, foram vendidos 737 617 veículos automotores no país neste trimestre, o que inclui ainda caminhões, ônibus, motocicletas, e máquinas agrícolas. O volume é 19,71% maior que os 616 157 do primeiro trimestre de 2005.

A crise no campo continua prejudicando as vendas de máquinas agrícolas. Os negócios somaram 4 761 unidades entre janeiro e março, 14,6% menos que os 5 574 unidades da mesma comparação. Os caminhões também apresentaram retração de 8% na mesma base, caindo de 19 250 unidades no ano passado, para 17 705 - um reflexo da falta de investimentos em logística no país.

Os ônibus e as motocicletas apresentaram as maiores taxas de crescimento do período, com 34,17% e 34,08%, respectivamente. Foram vendidos 4 429 ônibus, sobretudo devido à substituição de frotas, e 299 825 motos no trimestre. Segundo Reze, a expansão do mercado de motocicletas é compatível com a evolução vista em países semelhantes ao Brasil, como a Índia. "Vamos superar 1 milhão de unidades vendidas neste ano e, em alguns anos, poderemos ter um mercado de 2 milhões", diz.

Segundo a Fenabrave, 1,135 milhão de motos serão vendidas no país neste ano. No total, 3,003 milhões de veículos automotores deverão ser negociados - 9,7% mais que em 2005. O total inclui 1,772 milhão de carros de passeio e utilitários leves.