Cabos de transmissão de energia elétrica próximos a usina hidrelétrica: para Barata, a conjuntura do setor elétrico "continua grave" com exposição das distribuidoras ainda alta (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2014 às 12h23.
Rio - A primeira parcela do empréstimo de R$ 11,2 bilhões contratado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para o socorro às distribuidoras de energia já foi utilizada na liquidação da compra de energia de curto prazo, nos dias 28 e 29 de abril.
O valor soma R$ 4,7 bilhões, informou o presidente do conselho de administração da entidade, Luiz Eduardo Barata.
Em apresentação no 11º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), no Rio, Barata saiu em defesa da polêmica operação, que culminou com uma debandada de três conselheiros da CCEE.
"É uma operação segura. Caso haja default, nem a câmara nem nenhum dos associados será chamado a pagar qualquer coisa", garantiu.
A CCEE é uma empresa sem fins lucrativos que faz a contabilidade e a liquidação financeira das compras e vendas de energia no setor elétrico.
De acordo com Barata, nos três primeiros meses de 2014 a liquidação financeira de compras de energia já soma R$ 13,6 bilhões, 88,3% ou quase o total de R$ 15,4 bilhões liquidados ao longo de todo o ano passado.
O executivo afirmou que, apesar das críticas, a criação da Conta ACR (responsável por cobrir o rombo das distribuidoras em 2014) foi fundamental para manter a continuidade do funcionamento do mercado, afetado pela elevação substancial do preço de energia de curto prazo (PLD), no topo desde fevereiro, e conjugado a um nível de descontratação acentuado nas distribuidoras.
"A saída encontrada foi uma ação que envolveu a constituição dessa conta ACR e do leilão do dia 30. À CCEE coube o papel de ser o criador e gestor dessa conta", explicou o executivo.
Para Barata, a conjuntura do setor elétrico "continua grave" com exposição das distribuidoras ainda alta (já que a energia do leilão entrará apenas em maio) e patamar elevado do PLD.