Economia

Dilma tem que prestar contas à sociedade, diz Nardes

Ministro afirmou que a presidente feriu Lei de Responsabilidade Fiscal ao não ter feito contingenciamento de R$ 28 bilhões no ano passado


	O ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes
 (Wilson Dias/ABr)

O ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes (Wilson Dias/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2015 às 18h16.

São Paulo - O ministro Augusto Nardes, relator do processo das contas de 2014 do governo da presidente Dilma Rousseff no Tribunal de Contas da União (TCU), afirmou, em entrevista à Rádio Estadão, que o povo está pagando a conta da irresponsabilidade do governo petista durante as eleições do ano passado e, por essa razão, o tribunal tomou a decisão inédita de sinalizar a rejeição das contas.

"Dilma não tem que prestar contas ao TCU das irregularidades cometidas nas contas de 2014, mas sim à sociedade brasileira", disse Nardes, emendando que a petista terá um prazo de 30 dias para responder aos questionamentos do tribunal antes que seja dada a decisão final.

Na entrevista, o ministro afirmou que nenhum administrador público pode desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a presidente feriu essa lei ao não ter feito contingenciamento de R$ 28 bilhões no ano passado.

"Além de não ter feito essa economia, ela (Dilma) autorizou a utilização de mais R$ 10 bilhões, causando a atual situação que estamos vivendo, de ajuste fiscal, de crise na economia e de desemprego."

Segundo Nardes, a LRF não pode ser jogada no lixo. "Não podemos mais passar a mão na cabeça das autoridades em detrimento do povo brasileiro. Temos de dar um basta a isso. O interesse do povo tem de estar acima de grupos e de partidos."

O ministro falou sobre as chamadas "pedaladas fiscais", dizendo que o governo usou recursos dos bancos de forma indiscriminada (para programas sociais), sem autorização do Congresso Nacional e infringindo a LRF.

Nardes citou também o escândalo na Petrobras, destacando que milhões de reais foram desperdiçados.

"A crise na Petrobras me fez pensar que tínhamos que dar um basta (nessas situações), pois o exemplo tem de vir de cima."

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaDilma RousseffGoverno DilmaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresTCU

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega