Economia

Ajuste depende de crescimento econômico mínimo, diz Dilma

Presidente defendeu mais crédito para esse crescimento acontecer, afirmando ser "possível" os bancos públicos ampliarem o crédito usando recursos do governo


	Dilma Rousseff: "Para ter crescimento econômico é preciso ter equilíbrio fiscal e controle da inflação", disse a presidente
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: "Para ter crescimento econômico é preciso ter equilíbrio fiscal e controle da inflação", disse a presidente (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2016 às 13h23.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que não existe possibilidade de equilíbrio fiscal sem um crescimento econômico mínimo e defendeu mais crédito, desde que sem impacto fiscal, para esse crescimento acontecer.

Durante encontro com jornalistas, Dilma disse que “é possível" os bancos públicos ampliarem o crédito usando recursos por eles recebido com o pagamento feito pelo governo das chamadas "pedaladas fiscais".

“Isso não significa que terá qualquer impacto fiscal. Não estamos usando o fiscal para garantir o volume de crédito", disse durante o encontro no Palácio do Planalto.

Ao mesmo tempo, a presidente defendeu que não há uma contradição entre a perspectiva do Banco Central de aumentar as taxas de juro para tentar conter a inflação e o aumento de crédito não subsidiado.

“Não dá para não achar que uma coisa não conversa com a outra. Para ter crescimento econômico é preciso ter equilíbrio fiscal e controle da inflação se não tem crescimento econômico viável. É preciso até para viabilizar investimentos”, afirmou.

Segundo Dilma, o crescimento depende diretamente dessa estabilidade fiscal e do controle da inflação.

“Do outro lado, também não tem como chegar ao equilíbrio fiscal sem um mínimo de crescimento econômico. Nós experimentamos isso ano passado. A queda da atividade diminui a arrecadação e todo o planejamento fiscal cai por terra”.

A presidente afirmou ainda que o país “se adequou a uma nova realidade” e não vai oferecer crédito subsidiado, mas que o “crédito (normal, sem subsídio) vai continuar existindo”.

Dilma reconheceu que o país tem um problema “bastante forte na área da inflação”, e afirmou que há uma inflexibilidade que deriva ainda de algumas características de processos de indexação”.

Emprego e CPMF

Ao comentar a taxa de desemprego, anunciada nesta sexta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que chegou a 9 por cento no trimestre encerrado em outubro, a presidente aproveitou para defender a aprovação da CPMF, que classificou de “medida urgente”.

“Todo o esforço do governo é para impedir que se tenha um nível de desemprego elevado. É o que mais nos preocupa”, disse.

“É a grande preocupação do governo, a questão do desemprego e é por causa disso que achamos que algumas medidas são urgentes para reequilibrar o Brasil em um quadro de queda de atividade. Implica necessariamente, a não ser que nos façamos uma fala demagógica, em ampliar os impostos", disse, referindo-se à CPMF.

"Eu acho fundamental aprovarmos a CPMF, que é um imposto de baixa intensidade, ao mesmo tempo permite controle evasão fiscal e tem impacto pequeno na inflação”, defendeu.

Mudanças tributárias

Dilma ressaltou ainda que o governo “terá que encarar”, além da reforma da Previdência, também mudanças na área tributária.

De acordo com a presidente, será necessário tornar os impostos menos regressivos, mas progressivos.

“Nós vamos sem dúvida encarar isso. É uma das questões que vamos tratar até o final do meu governo”, disse, citando que as medidas provisórias que estão no Congresso, com mudanças nos juros de capital próprio e em bens de capital são um primeiro passo.

“O maior foco hoje é o PIS/Cofins, que cria mais problemas jurídicos para as empresas. Já temos uma proposta para o PIS e estamos vendo uma para o Cofins”, disse.

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