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Trabalhador negro ganha 36% menos que não negro, diz Dieese

Segundo estudo, a consequência é ocupar cargos de menor qualificação e receber salários mais baixos

População brasileira: a pesquisa revelou que um trabalhador negro ganha em média 36,11% a menos que um trabalhador não negro (Foto: Abr)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2013 às 13h28.

São Paulo - Os negros no Brasil carecem de igualdade de oportunidades e, com isso, acabam ocupando cargos de menor qualificação e consequentemente de salários mais baixos. É o que mostra o estudo "Os Negros no Trabalho", divulgado nesta quarta-feira, 13, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos ( Dieese ).

A pesquisa revelou que um trabalhador negro ganha em média 36,11% a menos que um trabalhador não negro. No entanto, o levantamento não compara salários dos dois segmentos em cargos iguais - apenas verifica quanto recebem negros e não negros em diferentes setores de atividade e faz uma média.

Em São Paulo, por exemplo, no biênio 2011-2012, a proporção de ocupados negros era de 67,4% na Construção, nos empregos de pedreiro, servente, pintor, caiador e trabalhador braçal. Para os não negros, esse porcentual era de 52,6%. Da mesma forma, os não negros eram 22,8% nos Serviços em São Paulo, nos empregos de faxineiro, lixeiro, servente, camareiro e empregado doméstico. Para os não negros, o porcentual era de 11,1%.

Isso mostra que os negros se concentram nas ocupações de menor prestígio e valorização, consequentemente as de salários mais baixos. "O problema é falta de oportunidades iguais para negros e não negros para se alcançar postos de trabalho mais valorizados", disse a economista Lúcia Garcia, coordenadora do Sistema Pesquisa Emprego e Desemprego (Sistema PED) do Dieese.

"A discriminação no Brasil é uma constante." De acordo com o levantamento, 58,7% dos ocupados negros se encontram na Construção e 43,3% nos Serviços, além de 48,4% no Comércio e 47,8% na Indústria.

As informações analisadas foram apuradas pelo Sistema PED, realizado por meio do convênio entre o Dieese, a Fundação Seade, o Ministério do Trabalho e parceiros regionais no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo. O segmento de negros é composto por pretos e pardos e o de não negros engloba brancos e amarelos.

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A pesquisa revelou que um trabalhador negro ganha em média 36,11% a menos que um trabalhador não negro. No entanto, o levantamento não compara salários dos dois segmentos em cargos iguais - apenas verifica quanto recebem negros e não negros em diferentes setores de atividade e faz uma média.

Em São Paulo, por exemplo, no biênio 2011-2012, a proporção de ocupados negros era de 67,4% na Construção, nos empregos de pedreiro, servente, pintor, caiador e trabalhador braçal. Para os não negros, esse porcentual era de 52,6%. Da mesma forma, os não negros eram 22,8% nos Serviços em São Paulo, nos empregos de faxineiro, lixeiro, servente, camareiro e empregado doméstico. Para os não negros, o porcentual era de 11,1%.

Isso mostra que os negros se concentram nas ocupações de menor prestígio e valorização, consequentemente as de salários mais baixos. "O problema é falta de oportunidades iguais para negros e não negros para se alcançar postos de trabalho mais valorizados", disse a economista Lúcia Garcia, coordenadora do Sistema Pesquisa Emprego e Desemprego (Sistema PED) do Dieese.

"A discriminação no Brasil é uma constante." De acordo com o levantamento, 58,7% dos ocupados negros se encontram na Construção e 43,3% nos Serviços, além de 48,4% no Comércio e 47,8% na Indústria.

As informações analisadas foram apuradas pelo Sistema PED, realizado por meio do convênio entre o Dieese, a Fundação Seade, o Ministério do Trabalho e parceiros regionais no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo. O segmento de negros é composto por pretos e pardos e o de não negros engloba brancos e amarelos.

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