Dia dos Pais deve injetar R$ 5,3 bilhões no comércio
Será a evolução mais fraca de vendas para o Dia dos Pais nos últimos dez anos, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2014 às 21h51.
Rio de Janeiro - Pesquisa feita com mil consumidores, em 70 municípios do país, pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), em parceria com o Instituto Ipsos, calcula que a compra de presentes para o Dia dos Pais , que se comemora no próximo dia 10 de agosto, vai injetar no comércio brasileiro cerca de R$ 5,3 bilhões.
A pesquisa foi divulgada hoje (31), no Rio de Janeiro.
É uma projeção mais otimista do que a divulgada na véspera (30) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que estima movimentação em torno de R$ 4,4 bilhões no comércio varejista do país.
Ainda assim, com crescimento de 4,3% nas vendas, em relação ao ano passado, mas será a evolução mais fraca de vendas para o Dia dos Pais nos últimos dez anos, segundo a CNC.
De acordo com a Fecomércio-RJ, a procura por roupas lidera a preferência nacional para presentes, com 43,4% das intenções, seguindo-se perfumes e cosméticos, com 15,2%.
Em relação ao ano passado, a sondagem mostra, entretanto, redução no percentual de brasileiros que pretendem presentear alguém na data.
Em 2013, a taxa atingiu 42,1% dos entrevistados, e caiu agora para 31,2%, ou o equivalente a 45,2 milhões de brasileiros.
O economista Christian Travassos, da Fecomércio-RJ, disse que embora o Dia dos Pais seja uma das principais datas para o comércio, depois do Dia das Mães e do Natal, o consumidor está mais cauteloso, “vivendo um momento de pisada no freio”.
Ele disse que a economia não apresenta ritmo de crescimento consistente, e o mesmo ocorre na ponta da produção, na indústria, que ainda está hesitante, “em banho-maria”.
Isso explica, em parte, a queda na intenção de presentear os pais, porque se insere no contexto de incerteza vigente na economia, “que permeia as atuais análises econômicas, não só do Dia dos Pais”, destacou.
“A gente vê isso na Pesquisa Mensal de Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A gente percebe também acomodação na geração de empregos, e até um recuo em relação a períodos anteriores”, salientou.
Segundo Travassos, o freio nos gastos, demonstrado pelo consumidor brasileiro, não está ligado ao fato de ele estar mais inadimplente; significa que ele está mais consciente em relação à sua renda, ao impacto da inflação: “Ele está mais cauteloso”.
A perspectiva para 2015, acrescentou, é que esse momento mais difícil passe, “em função de o governo ter tomado medidas para reverter isso e para que a economia reaja, principalmente na ponta da indústria”.
A pesquisa Fecomércio/Ipsos aponta, ainda, a perspectiva de que as vendas para o Dia dos Pais movimentem 59,2% dos estabelecimentos comerciais do estado do Rio de Janeiro, que esperam faturar, em média, 5,1% a mais do que em igual período de 2013.
O economista salientou que no caso do Rio, a expectativa de crescimento de receita dos empresários está influenciada pela Copa do Mundo e pelos preparativos para as Olimpíadas de 2016.
O movimento turístico ainda permanece intenso após o encerramento da Copa, no último dia 13. “O otimismo no Rio me parece diferenciado em relação à média nacional”, especulou.