Os integrantes do Copom afirmam, na ata da última reunião, que o cenário central com o qual trabalha a taxa de inflação posiciona-se em torno da meta em 2012 (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2012 às 08h54.
Brasília - O Banco Central (BC) avalia, na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje, que o quadro de "substancial e persistente" deterioração do cenário internacional é hoje um importante fator de contenção da demanda agregada na economia brasileira. O BC também reforça, no documento, a adoção de medidas pelo governo para a contenção das despesas do setor público.
"Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal são parte importante do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas", diz a ata. O BC pondera, no entanto, que a demanda doméstica ainda se apresenta robusta, especialmente o consumo das famílias. Para o BC, isso ocorre em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão do crédito.
Os diretores do BC preveem na ata que esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos trimestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de política monetária recentemente implementadas, que são defasados e cumulativos.
O BC também avalia, por meio da ata, que o aumento da oferta de poupança externa está contribuindo para a queda das taxas de juros domésticas no Brasil, inclusive a taxa neutra. Uma taxa de juro neutra é aquela que permite crescimento sem pressionar os preços. O órgão avalia ainda que a redução do custo de captação da poupança externa também favorece o cenário de queda dos juros. Para o BC, esse quadro "em grande parte" é permanente.
Os integrantes do Copom afirmam, na ata da última reunião, que o cenário central com o qual trabalha a taxa de inflação posiciona-se em torno da meta em 2012. No documento, o BC avalia que o cenário prospectivo para a inflação, desde a reunião do Copom de novembro, acumulou sinais favoráveis. Mesmo num ambiente econômico em que prevalece nível de incerteza muito acima do usual. "São decrescentes os riscos à concretização de um cenário em que a inflação convirja tempestivamente para o valor central da meta", preveem os diretores do BC.