Economia

1 em cada 4 desempregados procura trabalho há pelo menos dois anos

Patamar é o maior desde 2012 e ajuda a explicar aumento de desalentados e informais; número equivale a 3,3 milhões de pessoas

Informalidade: Há no país 19,4 milhões de trabalhadores por conta própria informais, 11,5 milhões de empregados sem carteira assinada e 873 mil de empregadores sem CNPJ (Diego Herculano/NurPhoto/Getty Images)

Informalidade: Há no país 19,4 milhões de trabalhadores por conta própria informais, 11,5 milhões de empregados sem carteira assinada e 873 mil de empregadores sem CNPJ (Diego Herculano/NurPhoto/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de agosto de 2019 às 09h45.

Última atualização em 15 de agosto de 2019 às 11h06.

No segundo trimestre do ano, 3,347 milhões de pessoas procuram trabalho há no mínimo dois anos. O contingente equivale a 26,2% dos desempregados e é o maior patamar para um trimestre desde 2012.

Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (15) pelo IBGE.

O Instituto ressalta que esse contingente tem avançado com rapidez e segue em tendência de crescimento. Em um ano, houve acréscimo de 196 mil pessoas que estão à procura de emprego há dois anos ou mais. Esse total era de 1,435 milhões de pessoas em 2015

Uma das explicações, segundo o IBGE, é a dificuldade da inserção no mercado de trabalho a partir do início da crise econômica, no fim de 2014.

“A proporção de pessoas à procura de trabalho em períodos mais curtos está diminuindo, mas têm crescido nos mais longos”, avalia a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy.

A dificuldade crescente em ingressar no mercado ajuda a explicar os 4,9 milhões de desalentados (aqueles que desistiram de procurar emprego) no segundo trimestre. Bahia e Maranhão são os estados onde se concentram a maior parte de pessoas com esse perfil.

Esse contexto também influencia a informalidade, destaca o IBGE.

Há atualmente no Brasil 19,4 milhões de trabalhadores por conta própria sem CNPJ, 11,5 milhões de empregados sem carteira assinada e 873 mil de empregadores sem CNPJ.

Pessoas de 14 anos ou mais em busca de trabalho

Taxa de desemprego

Os dados divulgados nesta quinta-feira mostram que a taxa de desemprego no país caiu em 10 dos 27 estados brasileiros no segundo trimestre de 2019 em comparação com o primeiro.

No período, a taxa geral ficou em de 12%. No primeiro trimestre, a taxa era de 12,7% e no segundo trimestre de 2018, de 12,4%.

As maiores taxas foram observadas na Bahia (17,3%), Amapá (16 9%) e Pernambuco (16%) e as menores em Santa Catarina (6%), Rondônia (6,7%) e Rio Grande do Sul (8,2%).

Em São Paulo, o desemprego recuou de 13,5% no primeiro trimestre para 12,8% no segundo trimestre do ano.

"A proporção de pessoas à procura de trabalho em períodos mais curtos está diminuindo, mas têm crescido nos mais longos", destacou por meio de nota a analista do IBGE Adriana Beringuy.

São Paulo

A taxa de desocupação no Estado de São Paulo recuou de 13,5% no primeiro trimestre para 12,8% no segundo trimestre do ano. A taxa de desocupação no total do País no segundo trimestre de 2019 foi de 12,0%, ante 12,7% no primeiro trimestre. No segundo trimestre do ano passado, a taxa de desocupação era de 12,4%.

Na passagem do primeiro para o segundo trimestre do ano, a taxa de desemprego caiu de forma estatisticamente significativa em dez das 27 unidades da federação. As maiores taxas de desemprego foram registradas na Bahia (17,3%), Amapá (16,9%) e Pernambuco (16,0%). As menores taxas foram observadas em Santa Catarina (6,0%), Rondônia (6,7%) e Rio Grande do Sul (8,2%).

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