Economia

Desemprego deve permanecer baixo, prevê FGV

O Brasil precisa criar menos vagas para manter o desemprego em níveis baixos porque há menos pessoas entrando no mercado de trabalho, concluiu a fundação


	Trabalhador acompanha obras no estádio do Mineirão: a realização da Copa do Mundo deve motivar contratações, principalmente nos meses de junho e julho
 (REUTERS/Gary Hershorn)

Trabalhador acompanha obras no estádio do Mineirão: a realização da Copa do Mundo deve motivar contratações, principalmente nos meses de junho e julho (REUTERS/Gary Hershorn)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2013 às 13h27.

Rio - A economia brasileira precisa criar menos vagas para manter o desemprego em níveis baixos porque há menos pessoas entrando no mercado de trabalho. De acordo com avaliação do economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), o bônus demográfico está no fim, com a população crescendo em ritmo mais lento.

Os comentários foram feitos após a divulgação do Índice Coincidente de Desemprego (ICD) e do Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), apurados pelas duas instituições, que têm mostrado estabilidade, acompanhando as tendências de ritmo mais lento na criação de vagas observadas na Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

No entanto, os indicadores apontam para uma "leve tendência de queda", segundo Barbosa Filho. "Mas nada que preocupe. O desemprego não vai disparar."

Segundo o economista, apesar da menor perspectiva dos empresários em relação a futuras contratações (-1,1%), na contramão do otimismo dos consumidores em encontrar emprego no futuro na própria região (+4,3%), o desemprego ainda não se reflete em dados concretos. "Todos esperam quando vai haver a famosa desaceleração, mas ainda não houve."

Ano da maldade

A tendência, de acordo com o economista, é que as taxas se mantenham nos mesmos patamares em 2014. A realização da Copa do Mundo deve motivar contratações, principalmente nos meses de junho e julho, em setores intensivos de mão de obra, como o de serviços.

E as eleições devem servir como um motor para o emprego, uma vez que os governos tendem a aumentar os gastos no período. "Existem vários motivos para o desemprego não explodir, mesmo que a economia não cresça muito", observou o economista.

Para ele, o mercado de trabalho passa por um desaquecimento, mas não se deteriorou. A inversão é esperada para o ano pós-eleição, com aceleração no desemprego. "O ano da maldade vai ser 2015. Será o ano dos ajustes, quem quer que seja eleito."

Com ajustes sazonais, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) apresentou alta de 0,5% em setembro ante agosto, enquanto o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) avançou 0,1% no período. Para Barbosa Filho, o resultado indica estabilidade no cenário atual, com leve tendência de queda no futuro.

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