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Desemprego continuará crescendo no mundo inteiro, diz OIT

2015 acabou com 197,1 milhões de pessoas sem trabalho, 27 milhões a mais que antes da crise de 2007

Desemprego: 2015 acabou com 197,1 milhões de pessoas sem trabalho, 27 milhões a mais que antes da crise de 2007 (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 06h23.

Genebra - O desemprego seguirá crescendo no mundo tanto em 2016 como em 2017, segundo os últimos cálculos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) , que estima que no final desse ano haverá quase 200 milhões de desempregados.

A OIT apresentou nesta terça-feira o estudo anual "Perspectivas Sociais e do Emprego no Mundo: Tendências 2016", no qual tenta analisar as tendências dos mercados de trabalho.

Segundo suas próprias estatísticas, 2015 acabou com 197,1 milhões de pessoas sem trabalho, 27 milhões a mais que antes da crise de 2007.

Os economistas da OIT preveem que em 2016 outros 2,3 milhões de trabalhadores se transformem em desempregados, o que elevaria o total de parados no final deste ano a 199,4 milhões.

A esse já considerável número "é provável" que se somem 1,1 milhão de pessoas sem trabalho em 2017, advertiu a entidade.

"É provável que a desaceleração econômica mundial de 2015 tenha um efeito retardado nos mercados de trabalho em 2016", argumentou o texto.

O aumento do número de litigantes de emprego virá principalmente dos países emergentes e em desenvolvimento, segundo o relatório, em particular os da América Latina assim como alguns países asiáticos (especialmente a China) e vários países árabes exportadores de petróleo.

"A significativa desaceleração das economias emergentes junto a uma drástica diminuição dos preços das matérias-primas têm um efeito negativo sobre o mundo do trabalho", declarou em entrevista coletiva o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

Este aumento do desemprego nos países emergentes e em desenvolvimento contrasta com a melhora da taxa de desemprego das economias desenvolvidas, que caiu de 7,1% em 2014 a 6,7% em 2015.

"Em vários casos, no entanto, estas melhoras não foram suficientes para anular o déficit do emprego que se gerou como resultado da crise financeira mundial", especificou o relatório.

Um dos problemas principais ressaltados pelo relatório é que muitos dos empregos existentes são precários, por serem temporários, de meio período ou mal remunerados.

"Muitos trabalhadores e trabalhadoras têm que aceitar empregos mal remunerados, tanto nas economias em desenvolvimento como nas emergentes e, cada vez mais, nos países desenvolvidos", lamentou Ryder.

O diretor-geral da OIT fez especial ênfase em destacar a importância "de um salário de sobrevivência", ou seja, a importância que uma pessoa que trabalhe em tempo integral obtenha um salário que lhe permita sustentar ele ou ela e sua família dignamente.

"É inaceitável que em muitos casos isto não ocorra", ressaltou Ryder, lembrando que um piso de sobrevivência é diferente de um seguro-desemprego.

Segundo os dados da OIT, o emprego vulnerável ainda representa mais de 46% do total do emprego em nível mundial, e afeta cerca de 1,5 bilhão de pessoas.

O emprego vulnerável é especialmente alto nas economias emergentes e em desenvolvimento, onde alcança entre a metade e dois terços da população empregada nesses grupos de países, respectivamente, com os níveis mais altos na Ásia Meridional (74%) e na África Subsaariana (70%).

Existem, além disso, grandes diferenças entre os gêneros no que se refere à qualidade do trabalho.

Assim, em certos países do norte do Magrebe, da África Subsaariana e de países árabes, as mulheres tem de 25% a 35% mais risco de emprego vulnerável que os homens, denunciou o documento.

Por outra parte, o relatório mostra que o emprego informal representa mais de 50% na metade dos países em desenvolvimento, e em um terço destas nações afeta mais de 65% dos trabalhadores.

"A falta de empregos decentes faz com que as pessoas recorram ao emprego informal, que geralmente se caracteriza por baixa produtividade, baixos salários e nenhuma proteção social. Isto deve mudar", pediu Ryder.

Além disso, o diretor-geral da OIT lembrou que há consenso entre os líderes políticos sobre a importância de lutar contra a informalidade e que o único debate se situa em "como" fazê-lo.

"Mas é o rumo correto a tomar", concluiu.

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Genebra - O desemprego seguirá crescendo no mundo tanto em 2016 como em 2017, segundo os últimos cálculos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) , que estima que no final desse ano haverá quase 200 milhões de desempregados.

A OIT apresentou nesta terça-feira o estudo anual "Perspectivas Sociais e do Emprego no Mundo: Tendências 2016", no qual tenta analisar as tendências dos mercados de trabalho.

Segundo suas próprias estatísticas, 2015 acabou com 197,1 milhões de pessoas sem trabalho, 27 milhões a mais que antes da crise de 2007.

Os economistas da OIT preveem que em 2016 outros 2,3 milhões de trabalhadores se transformem em desempregados, o que elevaria o total de parados no final deste ano a 199,4 milhões.

A esse já considerável número "é provável" que se somem 1,1 milhão de pessoas sem trabalho em 2017, advertiu a entidade.

"É provável que a desaceleração econômica mundial de 2015 tenha um efeito retardado nos mercados de trabalho em 2016", argumentou o texto.

O aumento do número de litigantes de emprego virá principalmente dos países emergentes e em desenvolvimento, segundo o relatório, em particular os da América Latina assim como alguns países asiáticos (especialmente a China) e vários países árabes exportadores de petróleo.

"A significativa desaceleração das economias emergentes junto a uma drástica diminuição dos preços das matérias-primas têm um efeito negativo sobre o mundo do trabalho", declarou em entrevista coletiva o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

Este aumento do desemprego nos países emergentes e em desenvolvimento contrasta com a melhora da taxa de desemprego das economias desenvolvidas, que caiu de 7,1% em 2014 a 6,7% em 2015.

"Em vários casos, no entanto, estas melhoras não foram suficientes para anular o déficit do emprego que se gerou como resultado da crise financeira mundial", especificou o relatório.

Um dos problemas principais ressaltados pelo relatório é que muitos dos empregos existentes são precários, por serem temporários, de meio período ou mal remunerados.

"Muitos trabalhadores e trabalhadoras têm que aceitar empregos mal remunerados, tanto nas economias em desenvolvimento como nas emergentes e, cada vez mais, nos países desenvolvidos", lamentou Ryder.

O diretor-geral da OIT fez especial ênfase em destacar a importância "de um salário de sobrevivência", ou seja, a importância que uma pessoa que trabalhe em tempo integral obtenha um salário que lhe permita sustentar ele ou ela e sua família dignamente.

"É inaceitável que em muitos casos isto não ocorra", ressaltou Ryder, lembrando que um piso de sobrevivência é diferente de um seguro-desemprego.

Segundo os dados da OIT, o emprego vulnerável ainda representa mais de 46% do total do emprego em nível mundial, e afeta cerca de 1,5 bilhão de pessoas.

O emprego vulnerável é especialmente alto nas economias emergentes e em desenvolvimento, onde alcança entre a metade e dois terços da população empregada nesses grupos de países, respectivamente, com os níveis mais altos na Ásia Meridional (74%) e na África Subsaariana (70%).

Existem, além disso, grandes diferenças entre os gêneros no que se refere à qualidade do trabalho.

Assim, em certos países do norte do Magrebe, da África Subsaariana e de países árabes, as mulheres tem de 25% a 35% mais risco de emprego vulnerável que os homens, denunciou o documento.

Por outra parte, o relatório mostra que o emprego informal representa mais de 50% na metade dos países em desenvolvimento, e em um terço destas nações afeta mais de 65% dos trabalhadores.

"A falta de empregos decentes faz com que as pessoas recorram ao emprego informal, que geralmente se caracteriza por baixa produtividade, baixos salários e nenhuma proteção social. Isto deve mudar", pediu Ryder.

Além disso, o diretor-geral da OIT lembrou que há consenso entre os líderes políticos sobre a importância de lutar contra a informalidade e que o único debate se situa em "como" fazê-lo.

"Mas é o rumo correto a tomar", concluiu.

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