Economia

Demanda por petróleo deve cair 9,3 milhões bpd em 2020, diz Banco Mundial

Com essa previsão, o preço médio do barril ficará em US$ 35, uma queda de 43% em relação a 2019

Petróleo: preço da commodity tem sofrido quedas como reflexo da pandemia do novo coronavírus (Daniel Acker/Bloomberg)

Petróleo: preço da commodity tem sofrido quedas como reflexo da pandemia do novo coronavírus (Daniel Acker/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de abril de 2020 às 20h00.

Última atualização em 23 de abril de 2020 às 20h01.

O Banco Mundial reconheceu que a pandemia de coronavírus afetou tanto demanda quanto a oferta de commodities, mas ponderou que a verdadeira escala e duração dos impactos vão depender da evolução do vírus e das respostas de governos à crise.

"A pandemia tem o potencial de causar mudanças permanentes na demanda e na oferta de commodities, e sobretudo nas cadeias produtivas que levam esses produtos de produtores a consumidores", destaca a instituição, em relatório sobre a conjuntura no mercado de commodities, divulgado nesta quinta-feira, 23.

No setor de energia, o Banco projeta que a demanda por petróleo cairá 9,3 milhões de barris por dia (bpd) este ano, a cerca 91,7 milhões de bpd. Com isso, o preço médio do barril ficará em US$ 35, uma queda de 43% em relação a 2019, embora o relatório não tenha especificado qual dos tipos de óleo é usado como referência.

Segundo a análise, os esforços recentes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), com ajuda de aliados, para cortar produção aliviarão algumas das pressões. "No entanto no longo prazo, o novo arranjo, à medida que apoia os preços, ficará sujeito às mesmas forças - emergência de novos produtores além de substituição e ganhos de eficiência - que levaram ao colapso de acordos anteriores", destaca.

Em relação às commodities agrícolas, a instituição enxerga a maioria dos mercados alimentícios bem abastecida, apesar de preocupações sobre segurança alimentar terem surgido em meio ao anúncio de restrições à exportação de alimentos. "O Banco Mundial se junta a outras organizações no pedido por ações coletivas para manter comércio de alimentos fluindo entre países", ressalta.

Diante do cenário, o relatório pontua que os países emergentes e dependentes das commodities estão entre os mais vulneráveis na crise da covid-19, com redução na demanda por exportações e disfunções nas cadeias produtivas.

Acompanhe tudo sobre:Banco MundialCoronavírusPetróleo

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor