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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Independentemente de uma eventual renúncia do governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio, a Executiva Nacional do Democratas abrirá processo disciplinar contra ele, na próxima terça-feira (23). A afirmação é do líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), que esteve na quarta-feira (17) com Paulo Octávio para sugerir que ele renunciasse ao mandato.
Agripino Maia afirmou que a abertura de processo de cassação contra o governador em exercício é ponto pacífico no partido. Não há como desvincular as ações do governador [José Roberto Arruda] do vice-governador, justificou o líder do DEM.
O parlamentar disse, ainda, que a dissolução do diretório regional do partido no Distrito Federal é consenso entre os representantes da executiva. A intenção, acrescentou, é nomear filiados sem qualquer relação com o atual governo.
Para José Agripino, o Democratas sairá desse episódio como o único partido que, diante de denúncias, tomou providências. Arruda é investigado pelo Ministério Público e a Polícia Federal por suposta participação num esquema de pagamento de propina a deputados distritais.
O democrata esquivou-se de qualquer comentário sobre uma eventual intervenção federal em Brasília, requerida pelo Ministério Público ao Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com ele, qualquer opinião que emita sobre esta possibilidade seria uma deselegância com os ministros do STF por não terem, ainda, apreciado o pedido do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel.
Já o líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg, que é do Distrito Federal, defende claramente a intervenção do governo federal. Para ele, com a contaminação das instituições, especialmente do governo da cidade e da Câmara Legislativa, só a intervenção seria capaz de permitir uma ampla investigação e moralização.
Rollemberg lembrou que a base de apoio do governador licenciado, na Câmara Legislativa, só começou as investigações sobre o envolvimento de Arruda ou de parlamentares após o pedido de intervenção protocolado no STF. [A Câmara Legislativa] terá coragem para ir até o fim nas investigações ou fará acomodações?, indagou o parlamentar.