Economia

Déficit da balança comercial em janeiro é expressivo

Ministério afirmou que pode haver novos resultados deficitários em fevereiro e março em função de importações feitas no ano passado que ainda não foram processadas


	Tatiana Prazeres: apesar de reconhecer a expressividade do déficit de janeiro, ela afirmou que a balança está em um momento mais favorável do que em anos anteriores
 (Valter Campanato/ABr)

Tatiana Prazeres: apesar de reconhecer a expressividade do déficit de janeiro, ela afirmou que a balança está em um momento mais favorável do que em anos anteriores (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2013 às 19h06.

Brasília - A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, admitiu que o saldo negativo de US$ 4,035 bilhões da balança comercial em janeiro "é um déficit expressivo".

Ela afirmou que pode haver novos resultados deficitários em fevereiro e março em função de importações feitas no ano passado que ainda não foram processadas. Para os meses seguintes, no entanto, o governo espera superávit e mantém a expectativa de exportações elevadas e saldo positivo em 2013. O MDIC divulgou hoje (1°) o resultado da balança no primeiro mês do ano, que é o pior desde o início da série histórica em 1993.

Apesar de reconhecer a expressividade do déficit de janeiro, Tatiana Prazeres afirmou que a balança está em um momento mais favorável do que em anos anteriores. Ela apresentou números do ministério mostrando que o saldo negativo de janeiro representou 25,3% das exportações brasileiras.

Em dezembro de 1996, quando a balança ficou deficitária em US$ 1,7 bilhão e teve o segundo pior resultado mensal da série histórica, esse volume representava 47,2% das vendas externas. "O comércio exterior do Brasil cresceu muito nos últimos tempos. Nossas exportações continuam elevadas", disse a secretária.

As exportações brasileiras ficaram em US$ 15,968 bilhões em janeiro e as importações em US$ 20,003 bilhões. O volume importado foi o maior para o mês desde o início da série histórica. As exportações foram impactadas, entre outros fatores, pela queda na venda de petróleo para o exterior.


Houve retração no comércio com parceiros que consomem o produto vindo do Brasil, como Estados Unidos e China. De acordo com Tatiana Prazeres, a redução deve-se ao maior consumo interno. "Há uma demanda pelo processamento do petróleo no país e isso tem reduzido as vendas", disse.

A secretária de Comércio Exterior explicou que um dos motivos do volume expressivo das importações, que cresceram 14,6% ante janeiro do ano passado, está relacionado à publicação da Instrução Normativa 1.282 da Receita Federal. Editada em julho do ano passado, ela tornou mais demorado o processo de importações de cargas a granel e isso se refletiu nas compras brasileiras de combustíveis.

Por isso, há um estoque do produto cuja aquisição não foi compensada e que ainda deve impactar no resultado da balança. "Há ainda um volume considerável que refletirá nos meses de fevereiro e março. São US$ 2,9 bilhões, segundo a Petrobras." Ela destacou, no entanto, que mesmo sem o estoque reprimido de combustível as importações teriam sido recorde no mês de janeiro. Segundo projeção do MDIC, teria havido crescimento de 5,5% na média diária de compras em lugar dos 14,6% registrados.

De acordo com a secretária, o MDIC continuará a não estabelecer uma meta de exportações para 2013. "Esperamos manter o patamar elevado [de exportações] dos últimos dois anos, mas não atribuíremos um número", declarou.

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