Economia

Defasagem do diesel sobe mais uma vez e preço interno já é 18% menor que no Golfo

O mercado brasileiro aguarda para qualquer momento um reajuste pela Petrobras, que mantém o preço da gasolina inalterado há 97 dias e o diesel há 37 dias.

 (Bloomberg/Getty Images)

(Bloomberg/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de junho de 2022 às 10h57.

Última atualização em 15 de junho de 2022 às 11h11.

A defasagem do preço do diesel subiu para 18% nesta quarta-feira 15, contra 16% da véspera, elevando a necessidade de reajuste pela Petrobras para mais de um real por litro do combustível (R$ 1,08), segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

Já no caso da gasolina, a defasagem caiu de 16% para de 14% e o aumento deveria ser de R$ 0,67 por litro para alinhar os preços aos praticados no Golfo do México, nos Estados Unidos, referência para o comércio global de combustíveis.

O mercado brasileiro aguarda para qualquer momento um reajuste pela Petrobras, que mantém o preço da gasolina inalterado há 97 dias e o diesel há 37 dias. O governo vem pressionando a diretoria da estatal para que mantenha os preços congelados, mas, segundo fontes, os executivos estão dispostos a dar o aumento para preservar o caixa da empresa.

O petróleo não para de subir no mercado internacional, operando acima dos US$ 120 o barril, e o dólar também se mantém em alta, ultrapassando os R$ 5.

Segundo especialistas, a tendência é de continuidade de alta por causa da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e pelo crescimento da demanda no pós covid-19, o que pode colocar em risco o abastecimento de diesel no Brasil por escassez de oferta. Sem preços alinhados, os importadores deixam de trazer diesel para o País.

A Acelen, que controla a Refinaria de Mataripe, na Bahia, segunda maior processadora de petróleo do País e única de grande porte privada, tem reajustado seus preços semanalmente, acompanhando a paridade internacional.

Segundo a Abicom, os preços da Acelen registram defasagem de 5% no diesel e de 1% na gasolina. Por este motivo, a empresa está sendo questionada no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pelo Sindicombustíveis Bahia.

Na terça-feira, após o fechamento do mercado, a Petrobras reafirmou que vai manter seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, mas que evita o repasse imediato da volatilidade externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais.

"A Petrobras monitora continuamente os mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais", afirmou em nota.

VEJA TAMBÉM: Brasil cai duas posições e é 59º em ranking de competitividade global. Veja as lições para o país

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraÓleo dieselPetrobras

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto