Economia

Decisão do Copom é autônoma, diz Meirelles

Brasília - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira que a orientação da autoridade monetária não sofrerá mudanças nesta administração e frisou que as decisões sobre a taxa de juros são tomadas apenas na reunião do Copom, de forma independente por cada diretor. "O que existe é uma decisão técnica, individual. A […]

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2010 às 13h31.

Brasília - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira que a orientação da autoridade monetária não sofrerá mudanças nesta administração e frisou que as decisões sobre a taxa de juros são tomadas apenas na reunião do Copom, de forma independente por cada diretor.

"O que existe é uma decisão técnica, individual. A grande importância do presidente do Banco Central, entre outras, é assegurar e demandar essa independência decisória de cada diretor, independentemente de egos, de personalidades ou de qualquer outro objetivo", afirmou Meirelles durante solenidade de posse do novo diretor de Assuntos Internacionais do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva.

O Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se nesta semana e o mercado projeta uma alta da Selic entre 0,50 e 0,75 ponto percentual. A taxa básica de juros está atualmente em 8,75 por cento ao ano.

Para Meirelles, a "metodologia decisória técnica, rigorosa, que está sempre focada no arcabouço de metas de inflação" é que tem garantido o controle da inflação no país.

"Engana-se quem acha que pode haver mudança de orientação nesta administração", afirmou Meirelles, poucas horas depois de chegar ao Brasil após participar de reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do G20 em Washington.

Ele destacou o fato de a política econômica sofrer críticas internamente, em um momento em que o Brasil ganha projeção nos fóruns internacionais e é visto como exemplo de superação da crise.

"É como se algumas pessoas estivessem acostumadas ao fracasso e à busca de culpados ou de motivações diversas, quando na verdade agora estamos administrando sucesso."

Meirelles criticou o fato de algumas pessoas buscarem motivações negativas em medidas bem sucedidas. "Uma decisão foi por motivação política, outra decisão foi para ganhar ou recuperar credibilidade quando na realidade a credibilidade do Banco Central do Brasil é reconhecida mundialmente."

"O Banco Central não precisa mais provar nada para ninguém, existe uma história de sucesso, uma história de continuidade."

O novo diretor do BC, Pereira da Silva, já participará da reunião do Copom esta semana. Em discurso, ele afirmou que contribuirá "com clareza técnica, calma, mas firmeza" no Copom.

Em rápida conversa com jornalistas, o diretor comentou o fato de os países emergentes terem conquistado um aumento do peso de votos no Banco Mundial. Segundo Pereira da Silva, a mudança foi um "avanço parcial" que reflete a maior inserção do Brasil.

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