Economia

Patrocínio:

Logo CBA Empre tag

Da inovação à neve: diversidade econômica faz da Região Sul a 35ª economia do mundo

Com PIB de US$ 407 bilhões, a Região Sul se destaca no Brasil, representando 17% da produção nacional e liderando o ranking de felicidade

Florianópolis, por exemplo, já é considerada um dos maiores polos de startups do Brasil (Leandro-Fonseca/Exame)

Florianópolis, por exemplo, já é considerada um dos maiores polos de startups do Brasil (Leandro-Fonseca/Exame)

Rafael Martini
Rafael Martini

Editor da Região Sul

Publicado em 8 de julho de 2025 às 06h02.

Última atualização em 10 de julho de 2025 às 13h02.

Tudo sobreExame-sul
Saiba mais

Imagine uma região com quase 30 milhões de habitantes, equivalente à 35ª economia do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) nominal de aproximadamente US$ 407 bilhões, valor logo acima de Hong Kong, Malásia e próximo de Áustria e Noruega, com US$ 482 bilhões. Com taxa de desemprego em torno de 3,8%, inferior à dos Estados Unidos (4,2%) e do Reino Unido (4,6%). Um Índice de Desenvolvimento (IDH) de 0,777, considerado alto pela ONU, taxa de alfabetização superior a 95%, sendo quase 18% da população com nível superior, e um crescente ecossistema de inovação que, em apenas 10 anos, já a coloca no mapa mundial como referência no fomento às startups.

A força desta região, comparável à de uma nação em franco desenvolvimento, vem do Sul do Brasil. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná têm cerca de 14,6% da população nacional, mas respondem por 17% das riquezas produzidas pelo país em 2024. Com uma área de 576,7 mil quilômetros quadrados e fronteira com Paraguai, Argentina e Uruguai, a região possui uma base produtiva diversificada e dinâmica, tendo o empreendedorismo no seu DNA.

EXAME lança unidade no Sul e reforça o foco no empreendedorismo regional

No Paraná, por exemplo, a agroindústria e o setor automobilístico, com três marcas de montadoras globais, são os dois principais pilares da economia. O estado é líder na produção nacional de frangos, além de possuir o porto de Paranaguá, estratégico para a exportação de grãos. Santa Catarina é considerado o Estado mais industrializado do país, com forte vocação para a exportação na indústria de transformação.

A WEG, de Jaraguá do Sul, é líder mundial na produção de motores elétricos, com fábricas nos cinco continentes. SC também lidera a produção e exportação de carne suína, tendo o sistema cooperativado, em especial no Oeste catarinense, como referência nacional. Já o Rio Grande do Sul possui o parque fabril mais diversificado, do setor metalmecânico, ao moveleiro, calçados e têxteis. Também é o maior produtor nacional de arroz. A Região Sul responde por cerca de 17% das exportações brasileiras, somando US$ 57 bilhões em 2024.

Outra característica marcante é o foco na inovação. Florianópolis, por exemplo, já é considerada um dos maiores polos de startups do Brasil, com o setor de tecnologia respondendo por 25% da arrecadação municipal.

Já no setor turístico, a região conta com atrativos únicos. Nas serras catarinense e gaúcha, o visitante pode desfrutar de todo conforto e opções gastronômicas durante o Inverno, em cidades como Gramado (RS) e, mais recentemente, Urubici (SC). No Verão, as opções para o “dolce far niente” em praias paradisíacas são inúmeras, da sofisticação de Balneário Camboriú ao pé na areia da Ilha do Mel (PR).

Apresentar toda a pujança da Região Sul em uma única reportagem é também a certeza de que se corre um sério risco de cometer alguma injustiça. Para onde quer que se olhe, lá está um setor da economia que é relevante, gera empregos e está em constante crescimento. Mas, independentemente, do indicador que se analise, lá estão os três estados juntos, trigêmeos que também formam o Top 3 nos principais índices econômicos e sociais.

Estados mais felizes do Brasil

O resultado, claro, não poderia ser diferente: no ranking dos estados mais felizes do Brasil, elaborado pela FGV, a partir da comparação dos índices de desemprego e inflação, Santa Catarina lidera com o menor índice de “infelicidade”, seguida por Rio Grande do Sul e Paraná. Do barreado à tainha, passando pelo clássico churrasco, as opções gastronômicas oferecidas no PR, SC e RS são tão ricas quanto sua diversidade cultural.

No entanto, os desafios enfrentados, não só pela questão geográfica, são gigantescos para o setor produtivo. Infraestrutura deficitária, com poucas opções de modais além do rodoviário, encarecem o custo da produção e desafiam a logística. Uma maior integração ferroviária é uma bandeira histórica, além da modernização de portos e aeroportos.

Em recente evento realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de SC, (Fiesc), em Florianópolis, o presidente da Fiergs e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Claudio Bier, falou sobre alguns dos principais entraves: juros altos, deficiência na infraestrutura, falta de trabalhadores qualificados e insegurança jurídica estão entre os desafios impostos à indústria. “É imperioso a redução do custo Brasil. Somente com equilíbrio fiscal e crédito, teremos melhores condições de competir no mercado global”, disse Bier.

Os três estados, explicou, recolheram R$ 267 bilhões em impostos em 2024 e apenas 21% desse valor retornou para a região. Mario Cesar de Aguiar, presidente da Fiesc, fez coro às declarações de Bier. No último ano, informou, a produção catarinense cresceu 7,6%, mais de duas vezes a média nacional. Os 28,5% que o setor tem de participação no PIB também colocam o Estado em posição de destaque nacional. Mas ela impacta muito mais na vida dos catarinenses, pois a cada 10 empregos na indústria, mais 16 são criados na economia.

Mais do que qualquer outro Estado, SC exporta valor agregado. O preço por tonelada embarcada é o mais elevado do país. E o principal destino é justamente o mercado mais exigente: os Estados Unidos, para onde 40% dos produtos enviados são intensivos em tecnologia. “Apesar destes números que mostram a pujança da nossa economia, somos o Estado que menos recebe recursos da União”, comentou.

Acompanhe tudo sobre:Exame-sulPIB

Mais de Economia

Por que as fusões entre empresas são difíceis no setor aéreo? CEO responde

Petrobras inicia entregas de SAF com produção inédita no Brasil

Qual poltrona do avião dá mais lucro para a companhia aérea?

Balança comercial tem superávit de US$ 5,8 bi em novembro