Economia

Crises imobiliárias na China aumentam preocupações com desaceleração econômica

Sinais de desaceleração da economia da China ganharam um novo estágio em meio a crises de grandes empresas imobiliárias do país

China: China anunciou detalhes sobre o lançamento de novas medidas que visam fortalecer os mercados acionários e de títulos do país (Jackal Pan/Getty Images)

China: China anunciou detalhes sobre o lançamento de novas medidas que visam fortalecer os mercados acionários e de títulos do país (Jackal Pan/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 20 de agosto de 2023 às 08h58.

Sinais de desaceleração da economia da China ganharam um novo estágio em meio a crises de grandes empresas imobiliárias do país. Enquanto a gigante Evergrande Group protocolou pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (Capítulo 15 do código de falência americano), a bolsa de Hong Kong anunciou na sexta-feira, 18, a remoção da incorporadora imobiliária Country Garden do índice Hang Seng, pouco após ela sair da Bolsa de Xangai.

Entretanto, além das questões de hoje, investidores também seguem o contexto de problemas recentes da gestora Zhongrong International Trust, que é conhecida por financiar projetos de construção de incorporadoras da China. Segundo a Dow Jones Newswires, quatro produtos de trust da gestora deixaram de pagar US$ 14 milhões para três companhias publicamente listadas.

Após o calote da empresa, a gigante de gerenciamento de riquezas Zhongzhi afirmou que enfrenta uma crise de liquidez, durante encontro com investidores. Segundo reportagem da Reuters, a empresa tem exposição "considerável" ao setor imobiliário chinês.

Foi nesse ambiente que a China anunciou detalhes sobre o lançamento de novas medidas que visam fortalecer os mercados acionários e de títulos do país, em mais uma tentativa de tentar impulsionar a confiança de investidores.

Para a Gavekal Research, há uma preocupação de que o país esteja passando por um "momento Lehman", que ameaça a solvência do sistema financeiro da China. "A boa notícia é que a vigilância regulatória significa que uma reprise da crise americana de 2008 é improvável. A má notícia é que as tensões da dívida de incorporadores imobiliários e veículos de financiamento do governo local estão se espalhando pela economia da China", avalia a consultoria.

A Capital Economics destaca, entretanto, que o setor já passou por um "ajuste doloroso" e seus problemas já foram precificados. "É improvável que o impacto dos problemas do Country Garden seja tão severo quanto as consequências do calote do Evergrande há dois anos", considera a consultoria britânica.

Entretanto, a Capital Economics avalia que, ainda sim, com a economia em pior estado agora do que antes, "até mesmo um impacto menor pode ser desestabilizador".

Acompanhe tudo sobre:ChinaCrise econômicaBolha imobiliária

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE