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Crise pode reduzir desperdício alimentar, diz diretor da FAO

O chefe da Agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura declarou que "é possível acelerar esse ritmo com medidas simples"

José Graziano disse considerar que, "com a crise, podemos aprender muito", porque "o consumo de alimentos no mundo desenvolvido tem um desperdício muito elevado" (Juan Mabromata/AFP)
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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2013 às 20h34.

Madri - O diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, disse nesta sexta-feira que a crise do mundo desenvolvido pode servir para reduzir o desperdício de alimentos , e advertiu que o ritmo para cumprir os objetivos do Milênio da ONU de reduzir pela metade a pobreza e a fome em 2015 deve ser acelerado.

"O balanço que a FAO faz é que não estamos na velocidade necessária para cumprir a meta em nível global, mas andamos bem. Há 45 países que cumpriram a meta e outros 45 que podem chegar a isso se mantiverem a trajetória, o que nos dá 90 países (a metade dos países em desenvolvimento) que vão cumprir", afirmou José Graziano em entrevista à Agência Efe.

O chefe da Agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura declarou que "é possível acelerar esse ritmo com medidas simples".

"Não estamos falando de mandar um robô a Marte, mas sim de coisas simples como comer, e como comer melhor, como comer produtos naturais, como produzir localmente feijões ou grãos-de-bico", disse.

José Graziano, que participou ontem em Madri de um encontro sobre fome, segurança alimentar e nutrição, disse que o evento serviu para "começar a delinear os objetivos para depois de 2015".

"Uma criança que nasce hoje, em 31 de dezembro de 2015 se não tiver tomado leite, se não comeu frutas, vai ser um incapacitado. Há toda uma geração com a qual é preciso se preocupar até essa data", ressaltou.


Segundo José Graziano, ex-ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome no governo Lula, se for cumprido o primeiro objetivo do milênio de reduzir pela metade a fome nessa data, "ainda haverá, no final de 2015, mais de 800 milhões de pessoas sofrendo de fome. E isso não é aceitável", declarou.

O diretor-geral da FAO constatou que a crise no mundo desenvolvido reduziu a ajuda ao desenvolvimento, como foi o caso da Espanha, e embora os projetos comprometidos por este país com a organização não tenham sido afetados, não foram apresentadas novas propostas.

Mas José Graziano disse considerar que, "com a crise, podemos aprender muito", porque "o consumo de alimentos no mundo desenvolvido tem um desperdício muito elevado".

"O que botamos na mesa, o que perdemos por não sabermos cozinhar bem os alimentos ou explorar produtos que não utilizamos, hoje em dia daria para alimentar toda a população da África", ressaltou.

O brasileiro acrescentou que "se conseguirmos com a crise reduzir o esbanjamento, encontrar formas de produção local que sejam produtos de melhor qualidade e valor nutritivo", haverá ganho.

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Madri - O diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, disse nesta sexta-feira que a crise do mundo desenvolvido pode servir para reduzir o desperdício de alimentos , e advertiu que o ritmo para cumprir os objetivos do Milênio da ONU de reduzir pela metade a pobreza e a fome em 2015 deve ser acelerado.

"O balanço que a FAO faz é que não estamos na velocidade necessária para cumprir a meta em nível global, mas andamos bem. Há 45 países que cumpriram a meta e outros 45 que podem chegar a isso se mantiverem a trajetória, o que nos dá 90 países (a metade dos países em desenvolvimento) que vão cumprir", afirmou José Graziano em entrevista à Agência Efe.

O chefe da Agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura declarou que "é possível acelerar esse ritmo com medidas simples".

"Não estamos falando de mandar um robô a Marte, mas sim de coisas simples como comer, e como comer melhor, como comer produtos naturais, como produzir localmente feijões ou grãos-de-bico", disse.

José Graziano, que participou ontem em Madri de um encontro sobre fome, segurança alimentar e nutrição, disse que o evento serviu para "começar a delinear os objetivos para depois de 2015".

"Uma criança que nasce hoje, em 31 de dezembro de 2015 se não tiver tomado leite, se não comeu frutas, vai ser um incapacitado. Há toda uma geração com a qual é preciso se preocupar até essa data", ressaltou.


Segundo José Graziano, ex-ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome no governo Lula, se for cumprido o primeiro objetivo do milênio de reduzir pela metade a fome nessa data, "ainda haverá, no final de 2015, mais de 800 milhões de pessoas sofrendo de fome. E isso não é aceitável", declarou.

O diretor-geral da FAO constatou que a crise no mundo desenvolvido reduziu a ajuda ao desenvolvimento, como foi o caso da Espanha, e embora os projetos comprometidos por este país com a organização não tenham sido afetados, não foram apresentadas novas propostas.

Mas José Graziano disse considerar que, "com a crise, podemos aprender muito", porque "o consumo de alimentos no mundo desenvolvido tem um desperdício muito elevado".

"O que botamos na mesa, o que perdemos por não sabermos cozinhar bem os alimentos ou explorar produtos que não utilizamos, hoje em dia daria para alimentar toda a população da África", ressaltou.

O brasileiro acrescentou que "se conseguirmos com a crise reduzir o esbanjamento, encontrar formas de produção local que sejam produtos de melhor qualidade e valor nutritivo", haverá ganho.

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