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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h48.
Em 2004, cerca de dois milhões de pessoas deverão deixar a linha de pobreza na América Latina, conforme a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), ligada à Organização das Nações Unidas. Isso representará uma queda de aproximadamente 1% no número de pobres da região, que somavam 224 milhões de pessoas no ano passado. Desse total, 98 milhões estavam em situação de indigência. Conforme a Cepal, o crescimento econômico experimentado pela região neste ano será o principal fator de melhora das condições da população.
Entre os avanços conquistados, a Cepal destaca a menor mortalidade infantil, que baixou de 128 óbitos para cada mil crianças menores de um ano, no período de 1950 a 1955, para 28 mortes, entre 2000 e 2004. A redução ocorreu em todos os países, apesar certos grupos ainda apresentarem taxas maiores, como as populações rurais, indígenas e com menor nível de instrução escolar.
Desempenho do Brasil
No Brasil, os números da economia surpreendem os analistas. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 6,1% no terceiro trimestre, em relação a igual período do ano passado. Já no acumulado do ano, o PIB registra alta de 5,3%. Os investimentos na expansão do parque industrial, representados pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), e a retomada do mercado interno foram os principais destaques dos resultados divulgados nesta terça-feira (30/11) pelo governo.
Segundo o Bradesco, "a preocupação com a insuficiência da capacidade de oferta tende a diminuir ante o crescimento expressivo" da FBCF. A Tendências Consultoria assinala que o ritmo de expansão dos investimentos é maior do que o verificado no último ciclo de crescimento do país. Entre o último trimestre de 1999 e o primeiro trimestre de 2001, a FBCF aumentou 12,2%. "Na atual expansão, a FBCF já cresceu 21,3% nos últimos cinco trimestres, alcançando o maior valor de toda a série histórica", afirma a Tendências.
Para os analistas, os números apontam para um fortalecimento do mercado interno nos próximos meses, que deve liderar a expansão econômica, ao mesmo tempo que o peso das exportações será reduzido. "A absorção doméstica deve crescer mais em 2005 do que em 2004, dada a contribuição negativa da absorção externa no próximo ano", diz o relatório da Tendências. Já o Bradesco assinala que "está em curso uma mudança do perfil do crescimento", que cada vez mais deverá contar com uma maior participação do mercado interno. Nos últimos cinco trimestres, o consumo das famílias acumula uma alta de 6%.
Declaração do Milênio
Apesar da expansão econômica, o Brasil ainda não conseguiu cumprir todas as metas da Declaração do Milênio da Organização das Nações Unidas, assinada por 189 países há quatro anos. Entre os compromissos, está o de reduzir a pobreza extrema.A Cepal afirma que apenas o Chile está seguindo a determinação entre os países latino-americanos. Outros países, como a Argentina, Paraguai e Uruguai, viram suas taxas de indigência crescerem desde então.