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Crescem apostas do mercado de que Fed pode cortar juros

Estímulo monetário pode acontecer devido às preocupações de uma desaceleração da economia como consequência do coronavírus

Jerome Powell: na última reunião do Fomc, em janeiro, presidente do Fed já havia afirmado que a autoridade monetária via o coronavírus como um risco (Sarah Silbiger/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de fevereiro de 2020 às 10h21.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2020 às 10h13.

São Paulo — Cresceram no mercado as apostas em uma nova rodada de flexibilização monetária por parte do Federal Reserve (Fed, o banco Central dos Estados Unidos) devido aos temores de desaceleração econômica com o surto de coronavírus.

Dados do CME Group mostram que os investidores enxergam 18,8% de chance de um novo corte de juros de 0,25 ponto porcentual na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) de março, que levaria a taxa básica para a faixa entre 1,25% e 1,50% ao ano. Uma semana atrás, a chance era de 11,1% e, um mês atrás, de 3,8%.

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As perspectivas de novos cortes sobem quando consideradas as reuniões futuras da autoridade monetária dos EUA. Para abril, o mercado precifica 53,6% de probabilidade de cortes na taxa. Os investidores aumentam as apostas olhando para as reuniões de junho (76,2%), julho (85,7%) e setembro (90,2%).

Mesmo com esse movimento, os dirigentes do Fed têm sinalizado que estão confortáveis com o nível da taxa de juros e que, por enquanto, as incertezas causadas pelo surto de coronavírus podem não ser suficientes para justificar um novo ciclo de afrouxamento.

A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester (vota), disse nesta segunda-feira, 24, que não apoiaria uma nova rodada de cortes na taxa de juros americana, apesar de monitorar de perto os desdobramentos do surto. "Eu a incorporei como um risco na minha projeção modal, que prevê que o crescimento continue, um pouco mais lentamente do que no ritmo do ano passado", afirmou.

Também na segunda-feira, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari (vota), disse em entrevista que ainda é cedo para definir como o Banco Central americano vai responder ao coronavírus. "Eu não vejo necessidade urgente de movimento até termos mais informações", declarou o dirigente.

Na última reunião do Fomc, em janeiro, o presidente do Fed, Jerome Powell, já havia afirmado que a autoridade monetária via o coronavírus como um risco, mas que a taxa de juros dos EUA "provavelmente continuará apropriada" enquanto os dados da economia permanecerem consistentes com a perspectiva do banco.

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