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Coronavírus pode acabar com 195 milhões de empregos no mundo, diz OIT

Organização estima que quase 38% da força de trabalho global esteja em setores que agora enfrentam um severo declínio na produção

Trabalhadores brasileiros. Rio de Janeiro, 19 de março de 2015. Foto: Mario Tama/Getty Images (Mario Tama/Getty Images)

Ligia Tuon

Publicado em 7 de abril de 2020 às 15h34.

Última atualização em 9 de abril de 2020 às 13h00.

Diante de uma crise sem precedentes intensificada pelo bloqueio de boa parte do comércio e movimentação no mundo, a Organização Internacional do Trabalho ( OIT ) prevê que a pandemia do novo coronavírus acabe com até 195 milhões de empregos.

Esse número era bem menor há três semanas, quando a organização estimou uma perda da ordem de 25 milhões de empregos, caso os governos não agissem rapidamente para proteger os trabalhadores do impacto da pandemia.

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Desde então, os países têm corrido para injetar liquidez nos mercados e implementar medidas fiscais e monetárias, mas a parte mais sensível da economia, os empregos, já mostram movimento de queda.

O número de horas trabalhadas tem caído com mais força desde o dia primeiro de abril, de acordo com a OIT, e deve registrar um recuo de 6,7% no segundo trimestre de 2020, segundo estimativas da organização, o que equivale a esses 195 milhões de trabalhadores em tempo integral.

A OIT estima que quase 38% da força de trabalho global (1,25 bilhão de trabalhadores) estejam empregados em setores que agora enfrentam um severo declínio na produção. Os principais incluem comércio varejista, serviços de alojamento e alimentação e manufatura.

As medidas de isolamento adotadas pelos países para evitar o aumento do contágio pela Covid-19 já afetam quase 2,7 bilhões de trabalhadores, diz a OIT, o que representa cerca de 81% da força de trabalho do mundo.

"Empresas de vários setores econômicos estão enfrentando perdas catastróficas, que ameaçam sua operações e sua solvência, especialmente as menores. Enquanto isso, milhões de trabalhadores estão vulneráveis, sobretudo no setor informal da economia, a perdas de renda e demissões", diz a OIT em relatório divulgado nesta terça-feira, 7.

A entidade defende o uso de recursos públicos, embora de forma limitada, para incentivar a retenção de empregos: "Particularmente nos países de baixa e média renda, os setores mais afetados têm uma alta proporção de trabalhadores informais ou com acesso limitado a serviços de saúde e proteção social. Sem medidas políticas apropriadas, eles enfrentam um alto risco de cair na pobreza e terão maiores desafios para recuperar seus meios de subsistência", diz.

A organização ressalta que a contagem final das perdas anuais de empregos dependerá da evolução da pandemia e das medidas para mitigar seu impacto.

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