Economia

Copom eleva taxa de juros para 26,5%

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou pela segunda vez no governo Lula a taxa de juros anual. A Selic subiu um ponto percentual e foi para 26,5%. Também ficou decidido um aumento de 45% para 60% o compulsório de depósitos bancários à vista. "A inflação mostra sinais de resistência, diante disso, […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h56.

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou pela segunda vez no governo Lula a taxa de juros anual. A Selic subiu um ponto percentual e foi para 26,5%. Também ficou decidido um aumento de 45% para 60% o compulsório de depósitos bancários à vista.

"A inflação mostra sinais de resistência, diante disso, o Copom decidiu por unanimidade elevar a taxa Selic para 26,5% ao ano", diz a nota do BC que justifica o aumento da taxa. A decisão do comitê não deve surpreender o mercado, que esperava uma aumento da Selic entre 1 e 1,5 ponto percentual.

A consultoria GlobalInvest aponta que, desde outubro, esse é o 5º aumento da taxa, que se traduz em mais dívida e menos crescimento. "Esse 1 ponto percentual de incremento na Selic eleva a Dívida Pública (se se mantiver a mesma taxa por 12 meses) em R$ 3,93 bilhões anuais, ou R$ 327 milhões por mês", afirma a consultoria.

A GlobalInvest avalia que o total do choque de juros de 8,5 pontos percentuais (desde outubro passado) consome 63,5% do esforço fiscal realizado pelo governo. "Recentemente o Presidente Lula definiu o aumento da taxa de juros como um remédio amargo que damos ao nosso filho quando ele está doente, mesmo a contragosto . O problema brasileiro não reside em tomar o remédio, e sim no fato de que a bula determina que deve-se tomar uma dose do remédio a cada três horas, e nossos médicos dão duas doses a cada quinze minutos. Que paciente resiste a isso?", avaliam.

Os percentuais de inflação divulgados neste início de ano ainda estão acima das expectativas e muito acima ainda do registrado no ano passado. "O IGP-M de janeiro ficou em 2,33% contra 0,36% há um ano, o IGP-DI chegou a 2,17% (0,19%), o IPC-Fipe a 2,19% (0,57%", relata o Lloyds.

Há um percentual significativo de preços que estão sendo elevados. Levantamento do Dieese mostra que 57% dos itens que compõem o índice de inflação registraram aumento de preço em janeiro contra 31%, há um ano.

A inflação de janeiro calculada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 2,25%, segundo o IBGE. A taxa é maior que os 2,10% de dezembro e supera o 1,98% registrado pelo IPCA-15 do mesmo mês. A taxa do IPCA de janeiro também é maior desde novembro de 2002, quando atingiu 3,02%. A expectativa do mercado para o IPCA neste ano subiu de 11,54% para 11,84% nesta semana.

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