Economia

Copom eleva taxa básica de juro para 22%

Venceu quem apostava na alta dos juros. O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, elevou de 21% para 22% a taxa básica de juro ao ano, sem adoção de viés, o que garante que a Selic não será alterada até a próxima reunião do comitê. A mudança era esperada por boa parte do […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.

Venceu quem apostava na alta dos juros. O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, elevou de 21% para 22% a taxa básica de juro ao ano, sem adoção de viés, o que garante que a Selic não será alterada até a próxima reunião do comitê. A mudança era esperada por boa parte do mercado, enquanto um pequeno grupo de otimistas acreditava na manutenção da Selic em 21%.

A alta desta quarta-feira é a segunda realizada pelo Banco Central nos últimos dois meses. A justificativa do BC para medida é conter a pressão inflacionária, o mesmo motivo que tinha levado o BC a elevar a Selic de 18% para 21% em outubro.

De lá para cá, no entanto, os índices de inflação em outubro e nas primeiras prévias de novembro continuam apontando pressões de alta nos preços. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 1,31% em outubro, contra 0,72% em setembro e 0,83% no mesmo mês do ano passado. Foi a maior alta do índice desde julho de 2001, quando a taxa atingiu 1,33%. Na manhã desta quarta-feira, outro índice que preocupa: com uma acentuada alta nos preços de alimentos, o IPC-Fipe, que calcula a inflação ao consumidor em São Paulo, subiu para 2,03% na segunda quadrissemana de novembro, após registrar 1,55% na primeira.

Posição de Fraga enganou

Parte dos investidores, no entanto, apostavam na manutenção da atual taxa de juro. Eles estavam confiantes com as recentes declarações do presidente do Banco Central. Armínio Fraga disse no início da semana que já é possível visualizar uma desaceleração na expectativa de inflação. "Observamos algumas mudanças não nas variáveis, inerciais, que olham para trás, traduzindo do inglês, mas nas que olham para a frente, as que antecipam", disse o presidente do BC.

De acordo com Fraga, isso é resultado e, em parte, fruto da atitude do governo eleito, que já sinalizou que não haverá mudanças no regime de política econômica. As palavras de Armínio Fraga levaram a ala otimista do mercado à seguinte constatação: não faria sentido o presidente do Banco Central fazer um discurso prevendo queda da inflação e, na reunião do Copom, optar por alta da taxa Selic. Não faz sentido, mas os juros subiram.

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