Economia

Conversa com FMI é construtiva, diz presidente da Argentina

"Não vamos pagar a dívida a custa da fome e da destruição dos sonhos dos argentinos e argentinas", afirmou o presidente

Presidente argentino, Alberto Fernández: segundo ele, o FMI avaliou que a dívida externa argentina não é sustentável (Gonzalo Fuentes/Reuters)

Presidente argentino, Alberto Fernández: segundo ele, o FMI avaliou que a dívida externa argentina não é sustentável (Gonzalo Fuentes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de março de 2020 às 14h17.

A Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estão em "crescente entendimento mútuo", trabalhando "de forma construtiva" na elaboração de uma "solução ordenada", afirmou neste domingo o presidente argentino, Alberto Fernández, em discurso ao Congresso Nacional.

Segundo ele, o FMI avaliou que a dívida externa argentina não é sustentável e deu razão ao país no que foi pedido. A ideia, disse, é chegar a uma acordo que possa pôr a Argentina "de pé" e que não leve a nossas quedas, de maneira a "superar para sempre ciclos de superendividamento".

"Na dívida, muitos interesses estão em jogo, é hora de decidir de que lado vai estar cada um de nós, nós estamos do lado do povo", disse, agradecendo a oposição pelo apoio no Congresso para reestruturar divida.

"Nenhum acordo será mágico ou milagroso, e por mais virtuoso, não eximirá os argentinos" de assumir um papel de consertar seus erros e concentrar em prioridades estratégicas, entre as quais a reconstrução do sistema produtivo. Por outro lado, Fernández disse que, em momentos de recessão, "não há pior alternativa que ajustes fiscais". "Não vamos pagar a dívida a custa da fome e da destruição dos sonhos dos argentinos e argentinas", afirmou.

O presidente recordou a situação em que encontrou o país ao assumir a presidência da Argentina, 81 dias atrás, após dois anos de retração, com uma inflação recorde em 2019 e com forte acúmulo de dívidas a vencer ao longo deste ano.

Além disso, destacou o forte crescimento da insegurança alimentar, de 71%, entre 2015 e 2018, uma das mais altas do mundo. E citou medidas que sua gestão adotou para tentar controlar a inflação e recuperar a economia, como a redução dos juros bancários e o congelamento de alguns preços, incluindo o dos combustíveis.

entina7

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