Contribuição do agronegócio para balança comercial deve cair em torno de 3% em 2015, prevê a Sociedade Nacional de Agricultura (Arquivo/Agência Brasil/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 11h01.
Rio de Janeiro - A Sociedade Nacional da Agricultura (SNA) prevê que a contribuição do agronegócio para a balança comercial brasileira, apesar da expectativa de safra recorde superior a 200 milhões de toneladas no período 2014/2015, deverá cair em torno de 3% em 2015, em relação a 2014. O motivo é a queda das exportações.
“Existem indicações de queda ou estagnação das exportações do setor, com retração dos preços médios dos produtos exportados. A equação pressupõe, ainda, que a produção brasileira de grãos seguirá a trajetória antecipada pelos primeiros levantamentos de safra”, ressalta a SNA.
As projeções indicam que o valor das exportações do setor deve cair em torno de 3%, na comparação com 2014, para algo em redor de US$ 99.03 bilhões, quase 1% abaixo do resultado anterior, quando o agronegócio exportou US$ 99.96 bilhões.
“Provavelmente, teremos um pouco menos de exportações de soja e milho, em receita, e um pouco mais de carnes e café”, avalia o diretor da SNA, Hélio Sirimarco.
Para a entidade a soja será o produto que terá melhor desempenho na próxima safra com um total de 95 milhões de toneladas, o que significa um crescimento de 10% em relação à safra anterior, explica Sirimarco.
“Podemos esperar um novo recorde de exportação, com algo próximo a 63,2 milhões de toneladas, das quais a soja em grão responderá por 48 milhões de toneladas, contra 46 milhões esperados para 2014", segundo previsão da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove).
Também para as carnes, as perspectivas permanecem positivas, o que não deverá ocorrer em relação a celulose, ante a expectativa de excedente de oferta, principalmente diante do baixo desempenho econômico e financeiro da economia europeia.
A SNA espera bom desempenho no volume de exportação da carne bovina, principalmente diante de problemas de oferta pelos principais concorrentes brasileiros, afetados por questões sanitárias e dificuldades climáticas.
Para o setor avícola, a Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa) acredita numa expansão entre 3% e 4% nos volumes exportados em 2015. “Será um ano positivo, mas não como em 2014”, prevê o diretor da SNA. Ele acrescenta que o desempenho das exportações do setor poderá ser potencializado pela crescente demanda por material genético produzido no país e pela multiplicação de episódios de gripe aviária.
O algodão e o milho são produtos que sofrerão queda na produção, por causa da redução na área plantada, como explicou o presidente da SNA, Antonio Alvarenga. “Os produtores reduziram a área plantada em consequência da queda nas cotações internacionais desses produtos, o que significa menor rentabilidade para o produtor”.
Quanto a safra de café, Alvarenga antecipa uma significativa queda de produção, em decorrência do longo período de estiagem em 2014. “Em algumas regiões, a redução pode atingir 20% em relação ao ano anterior”, ressalta. Já a cana de açúcar deve sofrer uma redução 4% em relação ao ano anterior, tendo em vista a estiagem e a grave crise que o setor atravessa”.