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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h33.
O consumo de energia elétrica cresceu 3,1% no primeiro semestre, totalizando 171 982 gigawatt-hora. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (Epe), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, 998 000 clientes foram acrescentados ao sistema de distribuição pelas concessionárias na primeira metade do ano. Isso correspondeu a uma média mensal de 165 000 novas ligações. A Epe atribuiu a expansão ao aumento vegetativo de consumidores e ao programa Luz para Todos, do governo federal.
Quando se analisa o desempenho por classe de consumo, verifica-se que os consumidores residenciais elevaram a demanda em 3,5% no semestre. Já a demanda industrial avançou 2%. Segundo a Epe, esse desempenho confirma o comportamento da indústria, cujo consumo de energia acompanha a expansão das atividades fabris. No primeiro semestre, a produção industrial cresceu 2,6%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
A classe comercial apresentou desempenho superior às duas anteriores - 4,3%. Os consumidores agrupados na categoria "outros" (classe rural, poder público, iluminação pública, consumo próprio, etc) elevaram o consumo em 4,4%.
Trimestre
O crescimento, porém, não foi homogêneo. O aumento da demanda foi mais acentuado no primeiro trimestre, quando o consumo total avançou 4,5% - acima do desempenho da economia, que cresceu 3,4%. O consumo residencial subiu 4,4%; o industrial, 3%; e o comercial, 7%. Nas demais classes, houve incremento de 6,4%.
No segundo trimestre, o consumo registrou expansão bem menor - 1,7%. Segundo a Epe, a desaceleração ocorreu devido a vários fatores, como as temperaturas médias mais baixas em todas as capitais, principalmente nos meses de abril, maio e junho, o que reduziu a utilização de condicionadores de ar; a queda no ritmo da produção industrial, que cresceu apenas 0,8% no período; e o menor número de dias úteis, fruto dos feriados e da Copa do Mundo.
Expectativas
Para Maurício Tolmasquin, presidente da Epe, os fatores que pressionaram a demanda, entre abril e junho, são sazonais e, por isso, não influenciarão o mercado de energia nos próximos meses. Tolmasquin também cita as expectativas de desempenho melhor da indústria, o que puxará a demanda energética desse setor.
Com isso, o presidente da Epe espera uma aceleração do consumo até o final do ano, suficiente para que o Brasil encerre 2006 com um crescimento de 4,4% a 5% no mercado de energia elétrica. Em 2005, o consumo de eletricidade subiu 4,6%.