"As pessoas costumavam preparar uma garrafa de café, agora fazem uma xícara. Atualmente nós estamos perdendo a pia como consumidora", diz Pedro Gavina, proprietário da torrefadora Gavina & Sons (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2015 às 16h21.
New York - Os norte-americanos estão gastando mais dinheiro do que nunca com café, mas pela primeira vez em seis anos eles irão beber um volume menor, depois que a revolução provocada por máquinas de café em cápsula transformou os hábitos de preparo no país que mais consome a bebida no mundo.
O consumo de café nos Estados Unidos deverá cair para 23,7 milhões de sacas na temporada 2015/16, ante 24 milhões de sacas no período que termina em setembro, no primeiro recuo desde 2009/10, apontou na sexta-feira o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) em um relatório semestral.
O país será o único entre os oito principais consumidores mundiais de café a registrar um declínio no consumo, com a demanda global subindo quase 2 milhões de sacas, para 147,6 milhões de sacas.
O relatório reforça as evidências de que a popularidade das máquinas dose única, em um mercado dominado pela Keurig Green Mountain, está tendo um impacto tangível na demanda norte-americana por grãos de café verde, segundo participantes do mercado.
Ao consumir menos o café tradicional torrado e moído e mais café produzido para cápsulas, os norte-americanos preparam apenas o que planejam beber, reduzindo o volume que é jogado fora no ralo.
"As pessoas costumavam preparar uma garrafa de café, agora fazem uma xícara", disse Pedro Gavina, proprietário da torrefadora Gavina & Sons, da Califórnia. "Atualmente nós estamos perdendo a pia como consumidora."
O uso de máquinas de café em cápsulas disparou em 2015, presentes hoje em mais 25 por cento dos lares norte-americanos, ante apenas 15 por cento em 2014, segundo pesquisa divulgada em março pela Associação Nacional de Café dos EUA, um índice que ainda não é tão alto em outros países.