Economia

Construção civil de SP terá aumento salarial de 8,99%

O reajuste em 2013 ficou acima dos 7,47% de 2012 e é o segundo maior para operários da área nos últimos cinco anos


	O aumento das despesas com mão de obra continuará pressionando os orçamentos e os resultados financeiros das construtoras, avalia especialista
 (REUTERS/Paulo Whitaker)

O aumento das despesas com mão de obra continuará pressionando os orçamentos e os resultados financeiros das construtoras, avalia especialista (REUTERS/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2013 às 15h06.

São Paulo - Os trabalhadores da construção civil do interior paulista terão aumento salarial de 8,99%, com data base em 1º de maio, conforme convenção coletiva assinada nesta quarta-feira, 22, e divulgada nesta quinta-feira pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de São Paulo (Feticom-SP).

O reajuste de 8,99% em 2013 ficou acima dos 7,47% de 2012 e é o segundo maior para operários da área nos últimos cinco anos, quando o setor de construção entrou em ciclo de crescimento acelerado devido ao grande número de lançamentos imobiliários e obras em execução. Os reajustes anteriores foram de 9,75% em 2011, 8,01% em 2010 e 6,74% em 2009.

O aumento das despesas com mão de obra continuará pressionando os orçamentos e os resultados financeiros das construtoras, avaliou Haruo Ishikawa, vice-presidente de Relações de Capital e Trabalho do Sinduscon-SP.

Ele lembrou que houve retração no volume de lançamentos de imóveis em 2012, mas as empresas ainda estão concluindo projetos lançados em anos anteriores, o que tem sustentado parte da demanda por mão de obra. "Nós continuamos contratando, tem muitas obras em execução", afirmou.

No primeiro trimestre, foram criadas 76,1 mil vagas de trabalho no setor (saldo de contratações menos demissões), segundo dados apurados pelo Sinduscon-SP em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O número, porém, ficou bem abaixo das 123 mil vagas geradas em 2012.

Ishikawa ponderou também que, apesar do aumento nominal dos salários ter sido maior em 2013, o aumento real, já descontando a inflação setorial no período, foi menor.

"No ano passado, o aumento real foi de 2,53%. Neste ano, foi de 1,83%", disse. Segundo ele, o maior reajuste ocorreu nos benefícios ligados à alimentação dos trabalhadores.


O valor do tíquete-refeição subiu de R$ 15,00 para R$ 17,00 (alta de 13,3%), e o vale-supermercado mensal passou de R$ 150,00 para R$ 200,00 (alta de 25%). "Nós percebemos que a inflação na alimentação foi o que mais pesou entre 2012 e 2013. Por isso, era justo que houvesse um aumento maior nesses benefícios", explicou.

Pisos

Com o reajuste no interior de São Paulo, o piso dos trabalhadores considerados não qualificados - servente, contínuo, vigia, auxiliares de trabalhadores qualificados e demais trabalhadores cujas funções não demandem formação profissional - passa a ser de R$ 1.067,00 mensais, ou R$ 4,85 por hora, para 220 horas mensais.

Para os trabalhadores qualificados - pedreiro, armador, carpinteiro, pintor, gesseiro e demais profissionais qualificados não relacionados - será de R$ 1.298,00 mensais, ou R$ 5,90, para 220 horas mensais.Para os demais trabalhadores qualificados em obras de montagem de instalações industriais, o piso passa a ser de R$ 1.555,40 mensais, ou R$ 7,07 por hora, para 220 horas mensais.

As disposições da convenção valem para os empregados representados pelos sindicatos dos trabalhadores de Araras, Araraquara, Assis, Barra Bonita, Barretos, Campos do Jordão, Capivari, Cruzeiro, Franca, Itapeva, Itatiba, Itu e região, Jaboticabal, Jacareí, Jaú, Jundiaí, Marília, Mirassol e Votuporanga, Mococa, Mogi Guaçu, Estiva, Espírito Santo do Pinhal, Itapira, São João da Boa Vista, Aguaí e Santo Antonio do Jardim, Ourinhos, Panorama, Presidente Prudente, Piracicaba, Registro, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto, Sorocaba e região, e Taubaté, bem como os trabalhadores que não tenham sindicato que os represente no interior do Estado de São Paulo.

Já na capital paulista, o piso dos trabalhadores qualificados foi reajustado em 11,11%; o dos qualificados em montagens industriais em 8,93%, e o dos não qualificados e demais salários em 8,99%, conforme divulgado pelo Sinduscon-SP no início de maio. O valor do tíquete-refeição subiu para R$ 17,00 e o vale-supermercado mensal para R$ 200.

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