Economia

Conselho Europeu acusa Trump de querer mudar a ordem internacional

O presidente do Conselho Europeu afirmou que as discussões dos líderes serão muito difíceis pelos desacordos sobre o comércio internacional

A cúpula do G7 acontece em um momento de grande tensão comercial entre os países (Leah Millis/Reuters)

A cúpula do G7 acontece em um momento de grande tensão comercial entre os países (Leah Millis/Reuters)

E

EFE

Publicado em 8 de junho de 2018 às 14h22.

La Malbaie - O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou nesta sexta-feira que a Cúpula do G7 no Canadá "será a mais difícil em anos" e acusou o governante americano, Donald Trump, de querer "mudar a ordem internacional".

Tusk disse em entrevista coletiva na cidade canadense de La Malbaie, onde hoje se inicia a Cúpula do G7, que as discussões dos líderes "serão muito difíceis" pelos desacordos entre Trump e os seus aliados.

Além disso, Tusk rejeitou a proposta do presidente americano e do primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, de readmitir a Rússia no G7.

"Deixemos o G7 como está agora. Sete é um número da sorte, pelo menos na nossa cultura", afirmou Tusk pouco antes do começo da reunião no Canadá.

"É evidente que o presidente americano e o resto do grupo seguem estando em desacordo sobre comércio, mudança climática e o acordo nuclear com o Irã. Mas o que mais me preocupa é que a ordem internacional baseada em normas está sendo atacada. E o que é bastante surpreendente, não pela suspeita frequente, mas pelo seu principal arquiteto e fiador, os Estados Unidos", continuou Tusk.

O dirigente europeu também afirmou que a UE seguirá tentando convencer o presidente americano que "minar esta ordem não faz nenhum sentido" porque só favorece os que buscam uma "nova ordem na qual a democracia liberal e as liberdades fundamentais deixarão de existir".

"Quero ser muito claro, os valores do mercado e a ordem baseada em regras são princípios pelos quais vale a pena lutar e sempre os defenderemos porque são os alicerces das democracias liberais. De nenhuma forma vamos ceder nisto", concluindo Tusk.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que embora Trump acredite que os Estados Unidos foram tratados de forma injusta em questões de comércio pela Europa e outros países, os europeus "não querem negociar sob ameaças".

Juncker acrescentou que hoje, durante as reuniões do G7, se saberá se "é possível manter conversas (com os EUA) sobre aço, alumínio e talvez outros produtos".

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)ProtecionismoTarifasUnião Europeia

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor