Congresso libera R$40,5 bi para garantir leilão e dividir bônus do pré-sal
Do total, R$ 34,6 bilhões serão destinados a acordo com a Petrobras sobre o megaleilão e os outros R$ 5,9 bilhões vão para os Estados e municípios
Beatriz Correia
Publicado em 24 de outubro de 2019 às 11h38.
Última atualização em 24 de outubro de 2019 às 14h48.
O Congresso aprovou nesta quarta-feira (23) um projeto de lei (PLN 45/2019) que abre crédito especial de R$ 40,5 bilhões no Orçamento deste ano. Desse montante, R$ 34,6 bilhões servirão para que o Ministério de Minas e Energia honre um acordo com a Petrobras para viabilizar o megaleilão do pré-sal , previsto para 6 de novembro.
Os R$ 5,9 bilhões restantes serão transferidos para estados , Distrito Federal e municípios, como parte da partilha do bônus de assinatura referente aos chamados campos excedentes. A matéria segue para sanção presidencial.
Firmado entre a Petrobras e a União em 2010, o contrato de cessão onerosa garantia à estatal explorar 5 bilhões de barris de petróleo em áreas do pré-sal pelo prazo de 40 anos. Em troca, a empresa antecipou o pagamento de R$ 74,8 bilhões à União. Os excedentes são volumes descobertos de petróleo que ultrapassam os 5 bilhões de barris inicialmente previstos.
Segundo estimativas, eles podem chegar a 15 milhões de barris de óleo equivalente — é a exploração desse excedente que será licitada no próximo mês. Desde 2013, o governo vem negociando um aditivo do contrato, depois que a Petrobras pediu ajustes, devido à desvalorização do preço do barril no mercado internacional.
O texto aprovado foi o substitutivo apresentado pelo relator na Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Eduardo Gomes (MDB-TO). Inicialmente, o projeto previa apenas os R$ 34,6 bilhões da Petrobras, mas o governo enviou um pedido de acréscimo de R$ 5,9 bilhões para pagar a parcela devida a estados, Distrito Federal e municípios. A divisão foi acertada com a aprovação de um projeto de lei.
A proposta prevê ainda a abertura de crédito especial de R$ 16,7 milhões. Desse valor, R$ 8,2 milhões vão para o Maranhão pagar precatórios, e R$ 8,5 milhões, para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiar subvenção econômica em operações de investimento rural e agroindustrial.