Pequenas empresas: Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas (Anderson Silva / Ascom Susipe/Divulgação)
Agência Brasil
Publicado em 4 de julho de 2017 às 13h42.
O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE) registrou 46,9 pontos em junho. Comparado com maio, o recuo foi de 2,9 pontos ou, em termos percentuais, uma queda de 5,8%. Na variação anual, o índice supera os 42,9 pontos de junho do ano passado.
O indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais acima de 50 pontos, maior é a confiança; quanto mais abaixo, maior a desconfiança. Os dados foram divulgados hoje (4) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
"Ao longo dos últimos anos, a sondagem mostrou que a crise política é fator sempre relevante para justificar o pessimismo com o futuro da economia. Havendo o aprofundamento do impasse político e, por consequência, o adiamento das reformas estruturais, corre-se o risco de a confiança voltar ao patamar do auge da crise, adiando ainda mais a recuperação econômica", analisou o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas.
Por meio da avaliação das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos varejistas e empresários de serviços sobre os últimos seis meses. Por meio das expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos seis meses.
Piora na economia
O Indicador de Condições Gerais, que avalia o retrospecto do micro e pequeno empresário sobre o desempenho de suas empresas e da economia nos últimos seis meses, atingiu 32,2 pontos em junho, ante 34,5 pontos em maio. "Para a maioria dos micro e pequenos empresários a situação econômica do país e de suas empresas vem piorando com o passar do tempo", diz o boletim.
Para 67% dos micro e pequenos empresários de varejo e serviços, a economia piorou ou piorou muito, enquanto só 10% consideram ter havido melhora. Com os negócios, uma proporção menor, 53%, julga ter havido piora.
Entre os empresários que avaliaram que a situação de seu próprio negócio piorou nos últimos seis meses, 66% identificou a piora com a queda das vendas. Outros 13% dizem que a situação de seu negócio piorou em razão do aumento dos preços de insumos ou produtos e 8% alegam atuar em um ramo que está em baixa. Além desses, 6% mencionam o crescimento da inadimplência.
O Indicador de Expectativas, que serve de termômetro para avaliar o que o empresário aguarda para o futuro, mostrou que quatro em cada dez (41%) micro e pequenos empresários estão confiantes com o futuro da economia brasileira. Quando perguntados sobre a realidade da sua empresa, o índice é maior e chega a 53% dos empresários consultados. O percentual de pessimistas com a economia e com os negócios é de 24% e de 14%, respectivamente.
Entretanto, 41% dos empresários que se dizem confiantes não sabem explicar a razão de seu otimismo, apenas acreditam que coisas boas acontecerão. Há também 21% que acreditam que a crise política será resolvida e 14% que observam sinais de melhora no cenário macroeconômico.
Entre os que estão otimistas com o próprio negócio, 37% também não sabem a razão, 22% acreditam que é devido à boa gestão do próprio negócio e 14% creem que é devido aos investimentos para enfrentar a crise.
Entre os entrevistados, 45% dos empresários acredita que o faturamento das suas empresas deve se manter estável nos próximos seis meses.
Destes, 40% acreditam que deve aumentar e apenas 8% acreditam que suas receitas cairão. Entre os que esperam crescimento, 32% não sabem apontar a razão do otimismo, enquanto 20% creditam a melhora à busca de novas estratégias de vendas e 16% afirmam ter melhorado a gestão da empresa.