Economia

Confiança do consumidor em SP é a mais baixa desde 2009

Segundo Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP, a queda no índice de confiança deve-se principalmente à persistência da inflação


	Em julho, houve queda de 14,8% no índice em comparação com julho de 2012 e de 5,7% em relação ao mês anterior. Foi a quinta queda consecutiva do índice
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Em julho, houve queda de 14,8% no índice em comparação com julho de 2012 e de 5,7% em relação ao mês anterior. Foi a quinta queda consecutiva do índice (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 18h15.

São Paulo – Em julho, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) chegou a 136,7 pontos, o mais baixo nível desde maio de 2009, quando o indicador ficou em 128,95 pontos. O ICC é apurado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Segundo Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP, a queda no índice de confiança deve-se principalmente à persistência da inflação.

“Isso fez com que as famílias [paulistanas] passassem a se preocupar com a situação, reduzindo-se sua confiança na economia. Além disso, a inflação em alta impacta diretamente no poder aquisitivo e no orçamento doméstico das famílias. Há também o cenário de pessimismo no ambiente econômico”, disse Carvalho, em entrevista à Agência Brasil.

Em julho, houve queda de 14,8% no índice em comparação com julho de 2012 e de 5,7% em relação ao mês anterior. Foi a quinta queda consecutiva do índice. De acordo com Carvalho, não foi só a inflação que contribuiu para a queda do ICC. “Hoje temos um cenário bastante diferente do que tínhamos no ano passado. A inflação superou o teto da meta, o que não havia ocorrido em 2012."

O economista lembrou que, no começo do ano passado, havia uma política nitidamente expansionista do governo, com incentivos, desonerações e reduções sucessivas da taxa de juros. "Hoje temos o ciclo inverso, com aumento na taxa de juros. Isso significa maior rigor e preocupação do governo com a política de expansão, o que está sendo interpretado pelas famílias como sinal de dificuldade.”

Para ele, a intensificação das manifestações de protesto nas ruas, nos últimos meses, também contribuiu para a queda da satisfação ou do otimismo do consumidor paulistano.

Apesar da queda, a confiança do consumidor continua positiva. O ICC segue uma escala na qual resultados acima de 100 indicam otimismo e, abaixo de 100, pessimismo.

“O índice está em trajetória de queda do otimismo e da satisfação. O que notamos é que a queda está se dando de maneira muito forte. Houve queda de quase 15% nesse índice em menos de 12 meses”, disse Carvalho. Ele aponta tendência de queda para os próximos meses. “Ainda não surgiu nenhum fato que venha a indicar que tenhamos uma reversão desse processo.

Dois componentes do índice indicaram retração em julho. O Índice de Condições Econômicas Atuais apresentou queda de 7,5%, passando de 147,5 pontos em junho para 136,4 em julho. Já o Índice de Expectativa ao Consumidor teve queda de 4,5% em comparação com junho, alcançando 136,9 pontos.

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