Economia

Confiança do Comércio recua em maio após cinco altas consecutivas

Segundo os economistas da FGV, a queda foi determinada pela piora no Índice de Expectativas (IE-COM)

Comércio: a queda de maio reflete resultados negativos em seis dos 13 segmentos pesquisados (Krisztian Bocsi/Bloomberg)

Comércio: a queda de maio reflete resultados negativos em seis dos 13 segmentos pesquisados (Krisztian Bocsi/Bloomberg)

AB

Agência Brasil

Publicado em 25 de maio de 2017 às 09h08.

O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) recuou 0,5 ponto em maio, ao passar de 89,1 para 88,6 pontos. O resultado ocorre após cinco altas consecutivas, período em que o indicador acumulou crescimento de 11,1 pontos.

Os dados relativos à Sondagem do Comércio foram divulgados hoje (25) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo os economistas da FGV, a queda de maio reflete resultados negativos em seis dos 13 segmentos pesquisados e foi determinada pela piora no Índice de Expectativas (IE-COM), que caiu 1 ponto no mês, para 94,8 pontos.

Já o Índice de Situação Atual (ISA-COM) ficou estável em 82,9 pontos. A maior contribuição para a queda do Índice de Expectativa no mês foi dada pelo quesito que mede o otimismo com a situação dos negócios nos seis meses à frente, que recuou 1,1 ponto em relação ao mês anterior, para 94,3 pontos.

Para o superintendente de Estatísticas Públicas da FGV, Aloisio Campelo, mesmo com os avanços consecutivos expressivos do Índice de Confiança do Comércio antes da queda de maio, a acomodação da taxa ocorre "em um patamar ainda baixo em termos históricos".

Ao comentar o resultado na publicação da FGV, Campelo destaca que é possível notar recentemente "uma melhora de humor nos segmentos relacionados às vendas a prazo, um possível reflexo da tendência de queda dos juros e liberação de recursos do FGTS".

Ele lembra, porém, que a coleta de dados para a pesquisa de maio "já estava quase terminando quando começou uma crise política, no dia 17, com potencial para aumentar o grau de incerteza econômica e afetar o ritmo (já lento) de recuperação do setor".

Índice de Situação Atual/Indicador de Desconforto

Apesar da estabilidade do ISA-COM em maio, a FGV lembra que o índice avançou pelo quarto mês consecutivo, quando consideradas as médias móveis trimestrais e que, paralelamente, outro indicador sinaliza melhora do ambiente de negócios no ano.

"É um indicador de 'desconforto', construído com dados da Sondagem do Comércio ao se agregar as proporções de empresas que apontam três fatores limitativos à melhoria dos negócios diretamente relacionados ao mau humor empresarial: demanda insuficiente, custo financeiro e acesso a crédito bancário", dizem os economistas da FGV.

Para a fundação, a relação entre os dois indicadores é historicamente forte, com uma correlação (negativa) de -0,99: Apesar dessa relação histórica, o Indicador de Desconforto havia se estabilizado nos dois meses anteriores, sugerindo a possibilidade de que o ISA-COM estivesse avançando além do desempenho efetivo do setor.

"Mas o retorno desse indicador à tendência de queda mostra que, ao menos até a nova crise política que abateu o país a partir de 17 de maio, o ambiente de negócios no comércio começava a dar sinais de melhora em 2017", diz o estudo.

A edição de maio de 2017 coletou informações de 1.118 empresas entre os dias 2 e 23 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem do Comércio ocorrerá em 27 de junho.

Acompanhe tudo sobre:ComércioConfiançaFGV - Fundação Getúlio VargasIndicadores econômicos

Mais de Economia

Lula diz que governo e Congresso não gostam de cortes, mas que medidas são importantes

Qual será o valor do salário mínimo em 2025?

Olaf Scholz questiona tarifa da UE e propõe acordo com a China sobre carros elétricos

Serviços funerários entram na alíquota reduzida da reforma tributária