Economia

Confiança do comércio para de cair em maio, diz FGV

Embora o setor ainda esteja em uma fase de crescimento muito baixo, o número de empresas que espera piora no ambiente de negócios diminuiu


	Comércio: embora o setor ainda esteja em uma fase de crescimento muito baixo, o número de empresas que espera piora no ambiente de negócios diminuiu
 (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Comércio: embora o setor ainda esteja em uma fase de crescimento muito baixo, o número de empresas que espera piora no ambiente de negócios diminuiu (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2015 às 13h35.

Rio de Janeiro - Após um primeiro trimestre de pessimismo, a confiança do comércio parou de cair, sustentada principalmente pela melhora nas expectativas. 

Embora o setor ainda esteja em uma fase de crescimento muito baixo, o número de empresas que espera piora no ambiente de negócios diminuiu.

Em maio, a confiança do comércio cedeu 0,3% ante abril, após alta de 0,5%, informou nesta quinta-feira, 28, a Fundação Getulio Vargas.

Os dois resultados foram considerados de estabilidade pela FGV, após um recuo de 15,3% acumulado entre dezembro do ano passado e março de 2015.

Além disso, a previsão de vendas e contratações para os próximos três meses melhoraram em maio, segundo dados da FGV. Todos esses resultados, porém, devem ser vistos com reservas.

"A melhora é limitada, não há componente na economia que justifique isso. O que existe é a possibilidade de que as vendas não continuem caindo tanto. Temos de esperar para confirmar se isso vai se transformar em uma melhora efetiva", ponderou o economista Aloisio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação.

Nas expectativas, houve uma "clara virada", segundo Campelo. O índice subiu 2,1% em abril e avançou 4,1% em maio, atingindo quase todos os setores.

Entre os que registraram melhora estão tecidos e vestuário, equipamentos e material de escritório e informática, artigos farmacêuticos e até móveis e eletrodomésticos - os bens duráveis têm sido os mais afetados pelo menor crédito disponível e pela desaceleração na alta da renda das famílias.

Ainda há, porém, uma piora intensa na avaliação sobre a situação atual. Reclamações sobre demanda insuficiente (43,5%), elevado custo financeiro (29,9%) e acesso mais restrito ao crédito bancário (16,6%) atingiram recordes na série, iniciada em março de 2010. "Temos um grupo de empresas que vê possibilidade de a desaceleração da atividade perder fôlego. Mas, na série, já tivemos casos de saída (das expectativas de um patamar baixo) e depois houve frustração", salientou Campelo.

A cautela na leitura dos dados também vale para os indicadores de vendas previstas, que subiu 3,7% em maio, e de emprego previsto, que avançou 5,9% no mês. "Os empresários ficaram excessivamente pessimistas no primeiro trimestre", disse o superintendente.

No caso do emprego, a melhora é, na verdade, uma "menor potência do ritmo de desmobilização da mão de obra", explicou Campelo. Isso porque o número de empresas que pretendem demitir (19,9%) ainda é maior do que a fatia das que planejam contratar (9,9%), tendência que se repete em todos os segmentos.

"Alguns setores estavam francamente desmobilizando mão de obra, como o comércio de veículos. Agora, há uma calibragem, esse foi um dos setores em que esse indicador mais melhorou. Mas não significa que o comércio como um todo vai se tornar contratante nos próximos meses", afirmou Campelo.

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