Economia

Confiança da construção piora, segundo a FGV

Esta é a quinta piora mensal consecutiva do ICST e é o pior resultado desde outubro de 2011


	Construção: variações haviam sido negativas em 9,8% em junho e em 8,7% em maio
 (Dado Galdieri/Bloomberg/Bloomberg)

Construção: variações haviam sido negativas em 9,8% em junho e em 8,7% em maio (Dado Galdieri/Bloomberg/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2014 às 10h45.

São Paulo - O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 10,3% no trimestre terminado em julho ante igual período do ano passado, divulgou a instituição nesta segunda-feira, 28. Esta é a quinta piora mensal consecutiva do ICST e é o pior resultado desde outubro de 2011.

Na mesma base de comparação trimestral, as variações haviam sido negativas em 9,8% em junho e em 8,7% em maio.

De acordo com a FGV, na análise trimestral, a evolução desfavorável do ICST se deve à deterioração da percepção sobre a situação dos meses seguintes no setor, pois o Índice de Expectativas (IE) passou de -13,1% para -14,0% entre junho e julho. Já o Índice de Situação Atual (ISA) registrou estabilidade ao variar negativamente 5,8% no trimestre findo em julho ante queda de 5,7% nos três meses encerrados em junho.

Considerando a relação interanual mensal, a piora do ICST foi ainda mais significativa. A queda foi de 12,4% em julho de 2014, ante retração 8,9% em junho. Este é o pior resultado de toda a série histórica nesta base comparativa. Tanto o ISA quanto o IE apresentaram piora: a variação do primeiro foi de -3,0% em junho para -9,2% em julho e a do segundo passou de -13,6% para 15,1% no mesmo período.

Dos 11 segmentos pesquisados, sete registraram evolução desfavorável da confiança, considerando as leituras interanuais trimestrais entre junho e julho. No período, os destaques negativos foram os segmentos de edificações (de -11,3% para -13,0%), preparação do terreno (de -9,3% para -10,2%) e obras de arte especiais (de -12,2% para -13,0%).

O quesito que mede o grau de otimismo com a demanda nos três meses seguintes foi o que exerceu maior influência negativa sobre IE. Em bases interanuais trimestrais, o recuo passou de 13,7% para 15,6%. A proporção de empresas que preveem aumento da demanda no trimestre até julho é de 23,5%, contra 34,6% há um ano. Já a parcela das que esperam piora foi de 15,1%, contra 6,1%, no ano anterior.

A FGV explica que a relativa estabilidade do ISA na avaliação trimestral é consequência de movimentos em sentidos opostos dos quesitos que compõem o índice. No item evolução recente da atividade, a variação interanual do Indicador Trimestral passou de -6,1%, em junho, para -6,5%, em julho, ao passo que no quesito situação atual dos negócios, a variação foi de -5,3% para -5,0%, no mesmo período.

Ana Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE, destaca que com a finalização de grande parte das obras ligadas à Copa do Mundo e o enfraquecimento do mercado imobiliário, a atividade da construção está se desacelerando fortemente. "A piora das expectativas sinaliza que não deve haver alteração desse quadro no segundo semestre", avaliou.

Acompanhe tudo sobre:ConfiançaConstrução civilEmpresasFGV - Fundação Getúlio Vargas

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Mais na Exame