"Pesquisas de confiança econômica alemãs parecem mostrar mais sinais de ascensão econômica, mas a economia ainda está lutando com uma corda em seu pescoço" disse David Brown (Dan Kitwood/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 09h00.
Berlim - A confiança de negócios na Alemanha aumentou em fevereiro no ritmo mais rápido em mais de dois anos em fevereiro, aumentando pelo quarto mês consecutivo e indicando que a maior economia da Europa pode se recuperar após um final de 2012 fraco.
O instituto de pesquisa Ifo, com sede em Munique, disse nesta sexta-feira que seu índice de clima de negócios, baseado em uma pesquisa mensal com cerca de 7.000 empresas, subiu para 107,4 em fevereiro, ante 104,3 em janeiro segundo dados revisados.
Esse foi o maior aumento em um mês desde julho de 2010 e superou até a estimativa mais alta de 106,2 em pesquisa da Reuters com 41 economistas, que tinha uma previsão de 105,0.
A economia alemã encolheu 0,6 por cento no quarto trimestre, sucumbindo a uma queda de demanda de seus parceiros comerciais da zona do euro, mas economistas esperam que o desânimo tenha vida curta e não veem a Alemanha entrando em uma recessão, definida como dois trimestres de contração.
"Pesquisas de confiança econômica alemãs parecem mostrar mais sinais de ascensão econômica, mas a economia ainda está lutando com uma corda em seu pescoço, o resto da problemática economia da zona do euro," disse David Brown, da New View Economics.
O Ifo espera um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,2 por cento trimestre nos primeiros três meses do ano ante o trimestre anterior.
O sub-índice do Ifo de condições atuais subiu para 110,2 ante 108,1 em janeiro, enquanto uma avaliação das expectativas aumentou para 104,6 ante 100,6.
Mesmo assim, enquanto os indicadores de confiança apontam agora para um recuperação sólida no primeiro trimestre na Alemanha, eles ainda não receberam o suporte de muitos dados concretos. Os números mais recentes de exportações, encomendas industriais e produção apontam apenas para um aumento ligeiro.
Dados divulgados nesta sexta-feira mostraram que uma queda nas exportações colaborou para a forte contração do PIB no quarto trimestre, compensando o suporte da demanda doméstica e de estoques.
A queda de 0,6 por cento do PIB foi a maior desde que a economia encolheu 4,1 por cento no início de 2009, na onda da quebra do banco Lehman Brothers, e foi apenas a segunda contração desde a recessão de 2008-2009.
O comércio exterior deduziu 0,8 ponto percentual do PIB, enquanto a demanda doméstica acrescentou 0,2 ponto percentual.
A abertura dos dados do PIB desta sexta-feira mostrou que as exportações caíram 2,0 por cento no quarto trimestre, enquanto as importações recuaram 0,6 por cento, um prenúncio para os estados da zona do euro com problemas que esperavam descarregar mais das suas mercadorias na Alemanha, onde os aumento de salários, emprego alto e inflação moderada impulsionaram a demanda doméstica.
O consumo privado subiu em 0,1 por cento no trimestre e o consumo público aumentou 0,4 por cento.