Economia

Saiba como investir no mercado de crédito de carbono

No Brasil existem ao menos dois fundos de investimento desse tipo, com investimento a partir de 100 reais

Vitreo Carbono: rentabilidade acumulada de 18,70% de abril a setembro (MicroStockHub/Getty Images)

Vitreo Carbono: rentabilidade acumulada de 18,70% de abril a setembro (MicroStockHub/Getty Images)

O mercado brasileiro ganhou, recentemente, o primeiro fundo que investe em crédito de carbono. O Vitreo Carbono é um fundo multimercado disponível na plataforma do BTG Pactual digital com aplicação mínima de 100 reais.

O Vitreo Carbono investe em ativos da Europa, negociados em euros. Segundo a gestora, há um mercado potencial nesse tipo de investimento. Em maio de 2018, o preço do crédito (1 crédito equivale a 1 tonelada de emissão) era de 16,06 euros. Em abril de 2021, o preço do crédito ultrapassou os 46 euros. Trata-se de uma valorização de mais de 187% em pouco menos de três anos.

O mercado europeu é o primeiro grande mercado de carbono do mundo e opera em todos os países da União Europeia mais Islândia, Liechtenstein e Noruega.

De acordo com a Vitreo, o EU ETS (Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia) é responsável por cerca de 75% do mercado global de emissões de carbono em volume de negócios e cerca de 85% de seu valor de mercado.

George Wachsmann, sócio-fundador e CIO da Vitreo, explica que a valorização dos últimos anos acontece porque o mercado de crédito de carbono europeu é regulado e se baseia em uma oferta restrita e uma demanda forçada.

Isso significa que os participantes desse mercado precisam obrigatoriamente comercializar: quem recebe subsídios (ou créditos) pode segurá-los para necessidades futuras ou vendê-los para quem precisa comprar. E quem tem que comprar paga cada vez mais caro à medida que o tempo passa.

Em outras palavras, quem emite mais CO2 é obrigado a comprar mais crédito, e paga um preço cada vez mais alto. Já se uma empresa reduz suas emissões, ela recebe subsídios de carbono, que podem ser mantidos para cobrir suas necessidades futuras ou então podem ser vendidos para outra empresa que está sem subsídios.

A gestora explica, ainda, que ao investir no Vitreo Carbono, o investidor tem exposição a contratos futuros do carbono europeu, ICE ECX Emission, negociados na plataforma eletrônica ICE Futures Europe, conhecida como a Plataforma ICE. É um investimento em euro, portanto.

O Vitreo Carbono tem taxa de administração de 0,9% ao ano e taxa de performance de 10% sobre o que exceder o retorno de 5% em euro em um ano. 

Ainda mais novo que o Vitreo Carbono é o Trend Carbono Zero FIM, lançado pela XP em 2021. O fundo também atua com o mercado global de créditos de carbono e replica o desempenho do ETF (fundo listado em bolsa) KraneShares Global Carbon (KRBN). 

O KRBN tem taxa de administração de 0,79% e segue o índice IHS Markit Global Carbon Index, composto por contratos futuros de crédito de carbono nas bolsas dos Estados Unidos e Europa. O Trend Carbono Zero não apresenta exposição cambial.

Ativos sustentáveis em alta

Uma pesquisa recente da BlackRock mostrou que 54% dos 425 investidores entrevistados em 27 países consideram a agenda ESG como fundamental para os processos e resultados de investimentos.

Além disso, os entrevistados planejam dobrar seus ativos sustentáveis sob gestão nos próximos cinco anos - passando de 18% em média hoje para 37% em média em 2025.

Por que investir em créditos de carbono?

  • É um investimento sustentável
  • Tem perspectiva de retornos atrativos, já que há uma demanda crescente pela descarbonização da economia global
  • Com a demanda por créditos de carbono em alta, a tendência é que isso se reflita nos preços
  • É uma opção para diversificação da carteira
Acompanhe tudo sobre:CarbonoJBSNetZero

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