Economia

Comissão do Senado aprova redução do IR para taxistas e motoristas de aplicativo

Texto foi aprovado em caráter terminativo e segue para a Câmara dos Deputados

Uber Chip: conexão para o motorista, receita para a Surf (Germano Lüders/Exame)

Uber Chip: conexão para o motorista, receita para a Surf (Germano Lüders/Exame)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 23 de abril de 2024 às 14h56.

Última atualização em 23 de abril de 2024 às 15h51.

Tudo sobreSenado Federal
Saiba mais

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira, 23, o projeto de lei que reduz de 60% para 20% do rendimento bruto a base de cálculo para a incidência do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) para motoristas autônomos de passageiros, como taxistas e motoristas de aplicativo.

A proposta teve 17 votos a favor e nenhum contrário. O texto foi aprovado em caráter terminativo e agora segue para a Câmara dos Deputados.

A medida altera a Lei 7.713, de 1988, para que a base de cálculo do IR sobre a renda do transportador autônomo de passageiros seja reduzida.

Segundo o texto, assinado pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), a porcentagem atual não reflete a capacidade contributiva do motorista, agravada pelo aumento dos custos com combustível e outros insumos. Isso torna a carga tributária excessiva e desproporcional para esses profissionais.

Para Vanderlan, a Previdência Social considera a base tributável para contribuição previdenciária quando o serviço é prestado por um condutor autônomo, o montante equivalente a 20% do valor da nota fiscal, uma proporção considera por ele adequada para equiparar à base do IR. O senador também enfatizou que os custos de manutenção e combustível correspondem a 80% do faturamento de um taxista atualmente.

"Hoje, 40% do rendimento bruto do transportador autônomo é custo para trabalhar, sendo os 60% restantes utilizados como base para a tributação. Ocorre que esses percentuais estão desatualizados e prejudicando os motoristas de táxis, aplicativos e vans. Os custos para esses profissionais trabalharem cresceram muito. Meu projeto propõe que mude de 60% para 20% a base da tributação, reduzindo em três vezes o valor do Imposto de Renda que o motorista vai pagar", explica o senador.

O benefício terá validade pelos próximos cinco anos e terá um impacto financeiro de R$ 57 milhões em 2024, R$ 61 milhões em 2025 e R$ 64 milhões em 2026, de acordo com dados do Ministério da Fazenda.

A pedido da pasta, o relator, senador Sérgio Petecão (PSD-AC), incluiu como compensação a ampliação de 0,1 ponto percentual na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras e bancos até o final de 2024.

Petecão defende que o projeto traz um forte impacto social. Para o senador, parte do faturamento é utilizada para pagar os elevados custos associados ao serviço, como combustível, manutenção, e pneus, além do custo financeiro associado à aquisição do veículo.

(Com informações de Agência Senado)

Acompanhe tudo sobre:Imposto de Renda 2024Senado FederalCongressoMinistério da FazendaImpostos

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor