Economia

Com inflação na zona do euro controlada, Banco Central Europeu reduz taxa de juros

Percentual caiu 0;25%, passando de 3,50% para 3,25%

Christine Lagarde, president of the European Central Bank (ECB), during a news conference in Frankfurt, Germany, on Thursday, Sept. 8, 2022. The ECB hiked rates by 75 basis points and expects to tighten further as it raises inflation outlook to 2.3% rate in 2024. Photographer: Alex Kraus/Bloomberg via Getty Images (Alex Kraus/Getty Images)

Christine Lagarde, president of the European Central Bank (ECB), during a news conference in Frankfurt, Germany, on Thursday, Sept. 8, 2022. The ECB hiked rates by 75 basis points and expects to tighten further as it raises inflation outlook to 2.3% rate in 2024. Photographer: Alex Kraus/Bloomberg via Getty Images (Alex Kraus/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 13h50.

Última atualização em 17 de outubro de 2024 às 14h00.

O Banco Central Europeu (BCE) voltou a reduzir, nesta quinta-feira, 17, suas taxas de juros em 0,25 ponto percentual, de 3,50% para 3,25%, com o objetivo de impulsionar o baixo crescimento econômico na zona do euro, após a inflação se mostrar controlada.

"As informações mais recentes sobre a inflação mostram que o processo de desinflação continua conforme o previsto", indicou em um comunicado o BCE, que tem sede em Frankfurt.

"As perspectivas de inflação também foram afetadas pelas recentes surpresas para baixo nos indicadores de atividade econômica", acrescentou o emissor da zona do euro, que é formada por 20 dos 27 países da União Europeia.

Trata-se do segundo corte consecutivo na taxa de referência do BCE, que já havia realizado uma redução semelhante em setembro, e do terceiro no ano, após o corte de junho, que se deu em um percentual semelhante.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou após o anúncio que as perspectivas de crescimento econômico na zona do euro "apontam para baixo" e que "uma menor confiança poderia impedir que o consumo e o investimento se recuperem tão rápido quanto se espera".

Após a última reunião dos governadores do BCE, os responsáveis pela política monetária na zona do euro se manifestaram com cautela e insinuaram que a instituição esperaria até dezembro antes de decidir um novo corte.

Mas a inflação mostrou uma desaceleração desde então.

Em setembro, o aumento de preços na zona do euro foi de 1,7%, situando-se pela primeira vez em mais de três anos abaixo do objetivo oficial de cerca de 2%.
Além disso, a inflação subjacente, que exclui bens com preços muito voláteis, como energia e alimentos, desacelerou para 2,7% em relação ao ano anterior, segundo a Eurostat.

Recessão na Alemanha

O crescimento, por sua vez, se mostra fraco, o que levou o BCE a reduzir as taxas para estimular o consumo e o investimento.

Entre as más notícias consideradas pelos governadores está a revisão para baixo na previsão de crescimento da Alemanha, a maior economia do bloco, que deve registrar um segundo ano consecutivo de recessão.

Segundo as estimativas do governo alemão, a contração será de 0,2%, após ter encerrado 2023 com uma queda do PIB de 0,3%.

A atividade do setor privado contraiu em setembro pela primeira vez em sete meses na zona do euro, afetada pelo fim do efeito positivo dos Jogos Olímpicos de Paris.

O crescimento do PIB foi de 0,2% no segundo trimestre, após registrar uma expansão de 0,3% nos três primeiros meses do ano.

No entanto, os governadores do BCE, reunidos na capital da Eslovênia, Liubliana, não se comprometeram a continuar com os cortes nas taxas.

O BCE "continuará aplicando uma abordagem dependente de dados, na qual as decisões são tomadas em cada reunião, para determinar o nível de restrição e sua duração apropriados".

A maioria dos economistas consultados prevê que o BCE continue a aplicar cortes nas taxas até reduzi-las para 2%, um nível considerado neutro, que não estimula nem freia a economia.

O BCE iniciou a elevação das taxas de juros em 2022 para contrapor os efeitos da recuperação econômica após a pandemia de covid e da invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022, que disparou os preços da energia.

O ciclo de alta levou as taxas a 4% em setembro de 2023, e o ciclo de que teve início em junho deste ano, para aliviar as famílias e empresas, impulsionar o consumo, o mercado imobiliário e o investimento.

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