Economia

Com dificuldade de abastecimento, Cuba raciona venda de alimentos

Autoridades dizem que os prolemas de abastecimento acontecem por conta de uma dívida de US$1,5 bilhão com fornecedores no final do ano passado

Cuba: "Regular o produto é vender quantidades limitadas, que permitam que haja uma equidade na distribuição" (Machado Noa/Getty Images)

Cuba: "Regular o produto é vender quantidades limitadas, que permitam que haja uma equidade na distribuição" (Machado Noa/Getty Images)

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AFP

Publicado em 10 de maio de 2019 às 18h31.

Após vários meses de desabastecimento de produtos no mercado local, as autoridades cubanas anunciaram nesta sexta-feira a venda racionada de vários deles, principalmente alimentos, para evitar acumulação e garantir maior acesso, afirmou o governo.

"Regular o produto é vender quantidades limitadas, que permitam (...) que haja uma equidade na distribuição, que (...) maior quantidade de pessoas possa ter acesso ao produto, e também para evitar a acumulação, que é um flagelo com o qual estamos convivendo", disse a ministra de Comércio Interior, Betsy Díaz, à emissora local.

Autoridades explicaram a situação de desabastecimento após uma crise na liquidez financeira do país, que acumulou uma dívida comercial de 1,5 bilhão de dólares com fornecedores no final do ano passado, bem como o agravamento do embargo norte-americano que complica as operações comerciais.

Produtos como ovo, óleo, frango congelado, arroz, feijão, linguiça e ervilha, além de sabonetes, detergentes e creme dental, serão afetados por essa medida, já em vigor em várias localidades do país.

No caso de frango congelado, a venda liberada será limitada a cinco quilos por pessoa em cada compra.

A ministra Díaz disse que isso ocorre porque eles dependem "das importações dos Estados Unidos, e isso significa que devem ser encontradas alternativas para poder garantir o produto no mercado".

Os cubanos têm acesso a uma cesta básica de alimentos a preços subsidiados, através de um cartão de racionamento conhecido como "a caderneta", que os próprios cidadãos consideram insuficiente.

Outros produtos são vendidos fora dessa caderneta, a preços regulados, mas mais altos, na rede estatal de mercados "Ideal". São esses que os alvos das novas regulamentações anunciadas.

Uma terceira forma de compra são os supermercados estatais em moedas estrangeiras, com preços ainda mais altos, onde também houve desbastecimento e longas filas. Lá também há restrições.

As restrições também serão aplicadas a restaurantes privados, informou o noticiário local, sem adiantar detalhes.

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