Exame Logo

Com a palavra, os presidenciáveis

Qual você acha que é o principal problema das indústrias exportadoras no Brasil? Se respondeu juros ou impostos , errou. Vamos tentar de novo: de cada dez indústrias brasileiras, quantas gostariam de ter mais acesso à produção tecnológica de institutos de pesquisa? Se respondeu uma ou qualquer coisa acima disso, bem, você errou de novo. […]

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.

Qual você acha que é o principal problema das indústrias exportadoras no Brasil? Se respondeu juros ou impostos , errou. Vamos tentar de novo: de cada dez indústrias brasileiras, quantas gostariam de ter mais acesso à produção tecnológica de institutos de pesquisa? Se respondeu uma ou qualquer coisa acima disso, bem, você errou de novo.

Essas e outras surpresas estão no relatório A Indústria e o Brasil: uma agenda para o crescimento , produzido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O trabalho, resultado de consultas a mais de 2 000 empresários, é um tipo de lista de recomendações para os candidatos à Presidência da República -- sem pedidos protecionistas, afirma José Augusto Fernandes, diretor-executivo da CNI e responsável pelo projeto. Trabalhamos com o cenário mais provável, que é termos cada vez menos proteção contra a concorrência internacional . A entidade espera que os principais candidatos (Ciro, Garotinho, Lula e Serra) estudem o texto e se manifestem a respeito em debate programado para 9 de maio.

Veja também

O número de companhias participantes foi significativo:

1 524 empresas listaram as prioridades da indústria, 883 responderam sobre exportações e 532 sobre tecnologia.

Entre as conclusões, destacam-se as seguintes:

- A baixa educação e qualificação da mão-de-obra são problemas pelo menos tão sérios quanto a estrutura tributária ruim e os juros altos;

- burocracia alfandegária, custos portuários e de frete internacional são os maiores problemas para as empresas exportadoras;

- dados preliminares indicam que menos de 20% das indústrias de tecnologia têm parcerias com instituições de pesquisa, e menos de 10% acham que esses institutos geram informação importante.

O documento tem propostas para quatro áreas básicas, que são financiamento, tributação, relações trabalhistas e infra-estrutura. Algumas são óbvias, como a manutenção da responsabilidade fiscal e a colaboração mais estreita entre governo e empresas nas negociações internacionais. Outras vão exigir muita conversa para convencer qualquer equipe econômica. Por exemplo, usar instrumentos de garantias públicas para programas de capital de risco, ou permitir dedução no Imposto de Renda de até 15% do investimento em pesquisa e desenvolvimento (no Sul e Sudeste; no resto do País, a dedução proposta é de até 25%).

O interessante é que, ao longo do texto, o relatório acaba fazendo sugestões para as próprias indústrias. Ele alerta que as companhias brasileiras, entre outros problemas, ignoram a importância da propriedade intelectual e da pesquisa, e priorizam inovação material em detrimento da inovação de processos.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame